São Paulo, quarta-feira, 8 de janeiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mel Brooks é incorreto

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

Mel Brooks é o cineasta do nosso descontentamento. Não há em seu humor o toque de genialidade de um Jerry Lewis, que faz do inusitado sua arma contra o mundo. E sua distância em relação aos passado de Buster Keaton ou Charles Chaplin é quase infinita.
"Que Droga de Vida" (Fox, às 14h), filme do início da década de 90, é exemplar no desconforto que Brooks nos causa. Seu humor é um pouco sujo, grosseiro. As piadas são geralmente calcadas no preconceito de raça ou sexo e seu cinema não provoca teses. Talvez cause apenas enjôo em parte do público que anseia por um tom mais delicado nos sorrisos.
Mas Brooks é menos engraçado ou eficaz por isso?
Apesar da irregularidade de seus trabalhos, seu público clama que não. Talvez porque inconscientemente Mel Brooks faça parte de uma América que não se comporta como se deve ou se espera.
Brooks é o homem de um tempo em que o politicamente correto não existia; e nem era ao menos uma idéia possível. Brooks é incomum e perverso com o nosso desejo de ser moralmente sadio.

Texto Anterior: CNT terá programa policial com auditório
Próximo Texto: Malu Mader grávida compromete 'Justiceira'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.