São Paulo, quarta-feira, 8 de janeiro de 1997
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'Feiticeiros' e católicos se unem

IGOR GIELOW
DO ENVIADO ESPECIAL

Um grupo de "feiticeiros" faz, desde anteontem, rituais da antiga religião incaica, que cultua o Sol, no quarteirão em torno da casa do embaixador japonês em Lima.
Segundo Ayhusco, um dos líderes do grupo, a idéia é trazer "bons fluidos" para a resolução da crise dos reféns.
Índio peruano da região do Departamento (Estado) do Amazonas, Ayhusco comanda dez "rezadores", como se autodenominam.
A prática é comum. Em Lima, além dos tradicionais vendedores de chiclete e limpadores de vidro, povoam as paradas de semáforos "rezadores" que pedem dinheiro para abençoar o acarro com ervas.
Os "feiticeiros" que chegam à região da residência encontram por lá outra tradição religiosa peruana: os altares católicos nas ruas.
Pequenas mesas são colocadas com imagens católicas -Nossa Senhora de Los Angeles é hors-concours. Os católicos somam, oficialmente, 95% da população do país.
Diariamente, grupos de cinco pessoas se revezam em uma vigília com orações pela libertação dos reféns. "Tenho certeza que isso vai ajudar a encerrar o pesadelo", diz Mariana Nuñez, que rezava no local ontem.
As equipes de TV, de plantão ininterrupto no local, também trazem religiosidade à cena. Uma equipe japonesa mantém um pequeno altar xintoísta atrás de sua perua. Há também pelo menos dois presépios reminiscentes do plantão do dia de Natal.
(IG)

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