São Paulo, quinta-feira, 9 de janeiro de 1997 |
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Aumenta o 'abismo' entre caciques do PPB
VALDO CRUZ; FERNANDO RODRIGUES
Dornelles capitaneia o bloco de deputados governistas dentro do PPB, que defende o voto a favor da reeleição. Maluf se esforça para conter as dissidências do partido. Em segundo plano, mas não menos importantes, outros dois caciques pepebistas também trocam farpas: o deputado Delfim Netto (SP) e o senador Esperidião Amin (SC), que preside o partido. O primeiro trabalha contra a aprovação da reeleição. O segundo articula nos bastidores para que o seu partido fique ao lado de FHC. Maluf não poupa críticas a Dornelles nos bastidores. O ministro evita atacar o ex-prefeito publicamente, mas diz a deputados pepebistas que não adianta ficar do lado de Maluf porque a aprovação da emenda da reeleição já está garantida. Aprovada ou não a reeleição, é quase certo que o PPB passará por uma depuração depois que a sorte da emenda estiver definida. Dornelles e Amin têm dito reservadamente a auxiliares e parlamentares pepebistas que Paulo Maluf já estaria convencido de que a reeleição será aprovada. E que, por isso, não faria nenhum trabalho ostensivo contra a votação da emenda na reta final. Afirmam ainda que o ex-prefeito de São Paulo estaria dando declarações contra a emenda apenas para manter as aparências. Maluf nega que tenha se convencido de uma vitória da reeleição. Continua a dizer que o governo "blefa" ao falar que já teria os 308 votos necessários para a aprovação da emenda na Câmara. Segundo a Folha apurou, a estratégia de Dornelles e de Amin é dizer para os deputados pepebistas indecisos que a reeleição já está garantida. Isso criaria um clima para a adesão de parlamentares que ainda se declaram em dúvida. Maluf, por telefone de sua casa em São Paulo, tentou ontem o dia inteiro neutralizar essa estratégia. Ele tem ligado para quase todos os integrantes da bancada do PPB na Câmara diariamente. O ex-prefeito comemorou a decisão da Executiva do partido de entrar com ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a convocação extraordinária em que será votada a reeleição. Em sua opinião, a ação demonstra que o PPB ainda não desistiu de tentar derrotar o governo na votação. Texto Anterior: Maluf vence e PPB decide ir ao STF contra convocação Próximo Texto: Maluf vence e PPB decide ir ao STF contra convocação Índice |
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