São Paulo, quinta-feira, 9 de janeiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PMDB quer negociar espaço no governo

VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A reforma ministerial se transformou na nova arma de pressão do PMDB para garantir o apoio do partido à reeleição. O recado foi transmitido ontem ao governo por líderes peemedebistas.
A intenção do PMDB é definir, antes de votar a reeleição, seu espaço no governo Fernando Henrique Cardoso. O presidente FHC não pretende, porém, atender à reivindicação dos peemedebistas.
O motivo é que o partido está totalmente dividido. A garantia de nomeação de um ministro peemedebista colocaria em guerra as facções do partido.
A maior pressão vem do PMDB mineiro, que deseja nomear o próximo ministro dos Transportes. A articulação está sendo comandada pelo prefeito de Contagem, Newton Cardoso.
O ex-governador fez chegar ao Planalto a informação de que vai orientar seu grupo a votar contra a emenda da reeleição se não for atendido em suas reivindicações.
O problema é que o PMDB gaúcho quer continuar comandando a pasta dos Transportes. O ex-ministro Odacir Klein e o atual interino, Alcides Saldanha, são do Rio Grande do Sul.
Eles já devem perder a vaga no Ministério da Justiça. O mais cotado para substituir o gáucho Nelson Jobim é o deputado paulista Aloysio Nunes Ferreira. Com ele, o ministério poderia voltar a concentrar a articulação política.
A cúpula do governo sabe, porém, que precisa evitar qualquer crise com o PMDB no momento. O partido é considerado o fiel da balança na votação da reeleição.
Ontem à noite, FHC chamou ao seu gabinete o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para uma conversa sobre a convenção do partido no domingo.
O governo quer garantir que a convenção peemedebista não tome nenhuma decisão sobre a reeleição. Nem mesmo uma recomendação contra ou a favor.
FHC recebeu ontem a última contagem dos governistas sobre o placar da reeleição: 316 votos são considerados certos. O número não é visto como satisfatório. O objetivo é definir uma ofensiva para mudar a opinião de pelo menos 30 dos 72 indecisos.

Texto Anterior: PTB decide apoiar emenda da reeleição
Próximo Texto: Telebrás restringe divulgação de dados
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.