São Paulo, quinta-feira, 9 de janeiro de 1997
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Prefeitos de novas cidades são 'sem-teto'

FÁBIO SOARES
DA FOLHA RIBEIRÃO

Os prefeitos das cidades recém-emancipadas de São Paulo estão tendo dificuldades para começar a governar. Muitas dessas cidades não têm nem sede para a prefeitura.
Em três cidades na região de Ribeirão Preto (319 km de São Paulo), por exemplo, a falta de estrutura é o principal problema.
Falta de funcionários públicos, improvisos para sediar a prefeitura e a Câmara Municipal e a utilização de bens próprios para governar são características do início de governo em Gavião Peixoto, Trabiju e Taquaral.
Em Gavião Peixoto e Trabiju, municípios emancipados, respectivamente, de Araraquara e Boa Esperança do Sul em 27 de dezembro de 95, os prefeitos utilizam seus próprios carros para os serviços da prefeitura.
Para conseguir uma sede para a Câmara Municipal, os vereadores de Gavião Peixoto (340 km a noroeste de São Paulo) se comprometeram a reformar um imóvel da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) como uma espécie de "aluguel" pela sua cessão.
O prefeito Alexandre Marucci Bastos (PFL) trabalha apenas com resíduos patrimoniais da prefeitura de Araraquara, aos quais, por lei, não tem mais direito.
"A qualquer momento eles podem reivindicar os telefones, carros, tratores, duas ambulâncias, um caminhão e a Kombi que estamos usando", disse Bastos.
Estação ferroviária
O prefeito de Trabiju (300 km a noroeste de São Paulo), Silvio Roger (PTB), improvisou as sedes da prefeitura e Câmara na antiga estação ferroviária, patrimônio histórico da cidade.
O petebista já enviou um projeto de lei à Câmara reivindicando a admissão de funcionários em caráter emergencial.
Com uma população em torno de 1.800 habitantes, Trabiju conta atualmente com nove funcionários, que estão cedidos por Boa Esperança até 31 de janeiro. "A Prefeitura de Araraquara ainda está recolhendo impostos de moradores de Gavião", disse o prefeito.

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