São Paulo, quinta-feira, 9 de janeiro de 1997 |
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Câmara funciona em escola, e prefeitura, em mercearia
PAULO BICARATO
Até a próxima semana, ele pretende concluir a reforma de um sobrado de sua propriedade onde será instalada a prefeitura, em cima de uma mercearia. O primeiro encontro com assessores e vereadores aconteceu anteontem no quintal da casa de Zanin, em uma mesa de reunião improvisada com cadeiras de plástico. Com 3.800 habitantes, a cidade depende basicamente da agropecuária. Há apenas três pequenas indústrias artesanais. O orçamento previsto para 97 é de R$ 1,5 milhão. A receita principal é o FPM (Fundo de Participação dos Municípios). Canas foi declarada emancipada pela lei 8.550, de dezembro de 93. Em março de 92, a população optou pela emancipação após a realização de um plebiscito. Improvisação Esta semana, o prefeito deve convocar a primeira sessão da Câmara, que vai funcionar provisoriamente na única escola municipal da cidade. Os vereadores vão se instalar em salas de aula -decoradas com desenhos de personagens da turma da Mônica. Segundo o presidente da Câmara, Paulo Coelho Abreu (PSDB), estuda-se a locação de um imóvel onde será instalada a Câmara. "Até o início das aulas, vamos usar a escola." Canas conta com apenas três repartições públicas -a escola, um posto de saúde e uma biblioteca. Todos os 48 funcionários públicos a serviço da administração pertencem à Prefeitura de Lorena. A folha de pagamento está orçada em R$ 10 mil mensais. Família O primeiro prefeito de Canas ainda estuda a estruturação administrativa da cidade, mas anunciou os quatro secretários na última segunda-feira. Três deles são seus parentes diretos -a mulher, Célia Piedade Thimoteu Zanin (Promoção Social e Saúde), a cunhada Virgínia Maria Thimoteu Vilela (Educação, Cultura, Turismo, Esportes e Lazer) e a nora Silvana Komeik Zanin (Administração e Finanças). O secretariado é completado pelo arquiteto Ovídio Ligabo (Engenharia e Obras). Para o prefeito, não há problemas em ter parentes trabalhando na prefeitura. "Além disso, ter sido eleito é um presente para meu pai, já falecido, que queria ver a cidade independente." Avaliação Segundo o jurista Celso Bastos, não há impedimentos legais para que Zanin instale a prefeitura em um prédio de sua propriedade. "São medidas necessárias, já que a cidade não possui estrutura", afirmou Bastos. Os técnicos do Cepam (Centro de Estudos e Pesquisas da Administração Municipal) também não vêem impedimentos para que o prefeito utilize servidores municipais de Lorena. "Como é uma situação transitória, há serviços que não podem ser paralisados", disse José Carlos Macruz, do Cepam. Texto Anterior: Prefeitos de novas cidades são 'sem-teto' Próximo Texto: CRM apura se afastamento de médicos prejudica atendimento Índice |
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