São Paulo, quinta-feira, 9 de janeiro de 1997
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Guarda Metropolitana encosta 38 motos

MAURO TAGLIAFERRI

MAURO TAGLIAFERRI; ORMUZD ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais da metade das 66 motocicletas doadas à corporação pela Secretaria da Habitação não está sendo usada

ORMUZD ALVES
Repórter-fotográfico
Pelo menos 38 motocicletas doadas pela Secretaria Municipal da Habitação à Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo estão encostadas, sem uso, num pátio no centro da cidade.
As motos foram entregues em abril do ano passado pelo Procentro (Programa de Valorização do Centro de São Paulo), um departamento da Secretaria da Habitação.
No total, eram 66 motocicletas Honda, modelo CG 125 Cargo, para o patrulhamento diurno do centro. O preço atual de cada unidade é R$ 2.885,00, segundo a assessoria de imprensa da fábrica.
Na época, acessórios, como rádios, sirenes e uma pintura especial, foram instalados nas motos.
Anteontem, a Folha flagrou boa parte delas fora de operação, estacionadas junto ao posto da GCM sob o viaduto Santa Ifigênia, região central da cidade.
Procurado na manhã de ontem, o próprio coordenador da GCM, coronel Luiz Gonzaga de Oliveira, não tinha muitas informações sobre as motos. "Foi bom você me lembrar", disse ele, por telefone.
À tarde, Oliveira contou que não há efetivo de motoqueiros suficiente na corporação para todas as motos. "Hoje, temos 21 motocicletas rodando, 4 estão para entrar na concessionária e 3 se encontram em conserto por causa de acidentes", afirmou o coordenador.
"O restante (38 motos, ou 57,5% do total) está encostado por falta de efetivo", completou ele.
Oliveira disse ainda que parte de seus oficiais está em descanso. "Como janeiro é uma época tranquila, damos férias aos guardas."
Mesmo com todos os membros da guarda trabalhando, porém, a corporação não poderia movimentar todas as motos.
"Acho que, passando as férias, pelo menos umas 40 a gente coloca nas ruas", disse Oliveira.
Ele também prevê o ingresso na corporação de 750 novos guardas, hoje em fase de treinamento, entre março e abril.
O presidente do Procentro, Sanderley Fiúza, não foi localizado ontem pela Folha. Sua assessoria de imprensa confirmou que a Secretaria da Habitação comprou as motos, mas que agora elas estão sob a responsabilidade da GCM.
O gerente da concessionária Remasa, da Honda, disse que "mais de 30" motos da GCM já passaram por sua oficina para revisão.
Segundo Roberto Vaitekaites Neto, atualmente há quatro delas em conserto na concessionária, que também faz revisões e reparos na frota da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
Ele informou ainda que cada moto permanece, no mínimo, uma semana na oficina para uma revisão regular.

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