São Paulo, quinta-feira, 9 de janeiro de 1997
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Manifesto propõe criar novas ligas

Grupo se opõe a Brito Cunha

LUÍS CURRO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Quinze presidentes de federações assinaram ontem à tarde, no Rio, um documento de compromisso para eleger um novo presidente para a Confederação Brasileira de Basquete (CBB).
O nome, escolhido por consenso, é de Gerasime "Grego" Bozikis, 53, presidente da Federação de Basquete do Rio de Janeiro.
As principais idéias são descentralizar o poder, voltar a investir nas categorias de base e aumentar o número de clubes e Estados na Liga Nacional.
A chapa de Grego concorre, em maio, com a do atual presidente da CBB, Renato Brito Cunha -há oito anos no poder.
A oposição afirma contar com 17 votos. Com 14, garante a vitória. Nove federações estariam comprometidas com Brito Cunha, e outras duas, ainda sem opinião.
Todas as 26 federações têm direito a voto, desde que estejam com o estatuto em ordem e tenham realizado um campeonato regional em 96, diz Paulo Cheidde, 63, presidente da Federação Paulista.
Insatisfação
As federações de oposição manifestam descontentamento geral com o trabalho de Brito Cunha à frente da CBB.
Um dos itens do projeto da CBB feito em 92 era a descentralização do processo decisório, buscando a participação das federações.
"Ele (Brito Cunha) fez uma gestão voltada para a vontade própria. Não nos chamou para discutir nada", protesta Carlos Nunes, 53, presidente da Federação Gaúcha.
Cheidde, de São Paulo, afirma que um dos maiores problemas causados por Brito Cunha foi a decisão de relegar a um "plano terciário" as categorias de base.
"Ele deixou de realizar campeonatos nacionais (de seleções) das categorias menores, alegando falta de verba."
Reconhecimento
O candidato de oposição reconhece que Brito Cunha teve papel importante à frente da entidade.
"Teve mérito em organizar uma Liga Nacional e comandar o título no Mundial feminino (em 94) e a medalha de prata em Atlanta (em 96)", disse Grego.
Mas disse que a atuação de Brito Cunha foi mais negativa que positiva. "Demorou a conseguir um bom patrocínio, nunca quis diálogo e utiliza mal o dinheiro."
O presidente da CBB, Renato Brito Cunha, rebateu por intermédio de sua assessoria de imprensa as acusações de que não estimulou o desenvolvimento do basquete.
Segundo ele, as federações que não dispunham de estrutura receberam ajuda da CBB para a realização dos campeonatos estaduais. Nesses casos, a CBB seria arcaria com as taxas de arbitragem.
A entidade também teria realizado todos os Campeonatos Brasileiros nas categorias inferiores.

Com a Reportagem Local
O jornalista Luís Curro viajou a convite da Federação Paulista de Basquete

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