São Paulo, quinta-feira, 9 de janeiro de 1997 |
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EUA emitem visto especial
GILBERTO DIMENSTEIN
Com um amigo diplomata, descobriu que tinha um visto especial para a entrada no país de hansenianos, prostitutas e tuberculosos. O visto foi a forma encontrada pelos EUA para que ele pudesse entrar no país. Victor tinha ganho uma disputada bolsa Guggenheim para trabalhar com o imunologista Baruj Benacerraf, Prêmio Nobel. Nussenzweig dissera no consulado dos EUA em São Paulo que militara no Partido Comunista Brasileiro (do qual se desligara após a invasão soviética da Hungria em 56). Visto negado. A Guggenheim alertou o governo dos EUA sobre a importância do pesquisador, pós-graduado no Instituto Pasteur, de Paris, e Nussenzweig obteve o visto. Com pouco dinheiro, Victor e sua mulher, Ruth, foram morar em Queens, bairro de Nova York: "Naquele tempo, a saída era tomar muita sopa", diz. O casal planejava voltar logo ao Brasil. Veio o golpe de 64 e preferiram ficar nos EUA, onde prosperaram na Universidade de Nova York. "Um dia cheguei ao aeroporto em São Paulo e nenhuma amigo me esperava. Logo vi que as coisas estavam complicadas." Hoje Ruth dirige o departamento de parasitologia; Victor, o de imunologia. Com apoio, verbas e assistentes para suas pesquisas sobre a vacina, puderam até recusar o cobiçado cargo de professores titulares da Faculdade de Medicina de Harvard. (GD) Texto Anterior: Saiba mais sobre o ciclo da malária Próximo Texto: Cientista ainda espera testes em massa Índice |
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