São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 1997
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Governistas afirmam ter 330 votos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O comando político do governo anunciou ontem que conta na Câmara com 330 votos favoráveis à disputa da reeleição pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. A contabilidade do governo listou entre 30 e 40 indecisos, que precisam ser "trabalhados" nos próximos dias.
"Se hoje fosse o dia da votação da emenda, colocaríamos no plenário com a maior tranquilidade", resumiu o líder do governo na Câmara, Benito Gama (PFL-BA), tentando passar otimismo na avaliação do apoio à reeleição.
A chance de FHC disputar um segundo mandato em 1998 se baseia na expectativa do governo de reduzir as dissidências no núcleo da base governista e obter 40 votos no PPB do ex-prefeito Paulo Maluf.
"Podemos chegar a 41 votos", prevê o líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), mais otimista que a ala pró-reeleição do PPB, que computou ontem entre 22 e 28 votos favoráveis à emenda.
A reeleição está condicionada também ao atendimento de pedidos de deputados, segundo avaliação feita ontem pelo comando político na casa do presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA).
"Acordão"
Na busca de votos, os líderes governistas anunciaram a composição dos três maiores partidos da base do Planalto -PMDB, PFL e PSDB- na chapa do peemedebista Michel Temer (SP) à presidência da Câmara.
Em consequência do acordo, Temer garantiu aos demais líderes que a dissidência em seu partido não passará de 15 votos. A bancada do PMDB tem 102 deputados.
O "acordão" prevê que o PFL vai ocupar a vice-presidência e a 4ª secretaria, enquanto o PSDB ficará encarregado de indicar o futuro 1º secretário. O rateio dos cargos foi festejado pelos líderes como fundamental para o sucesso da reeleição.
"Na medida em que compomos os partidos, praticamente asseguramos a reeleição", avaliou o ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos).
O anúncio, segundo o ministro, teve como objetivo apressar a votação da emenda da reeleição e acabar com a desconfiança de parlamentares do PMDB às vésperas da convenção do partido.
"O que podia ser feito foi feito", disse o ministro, sem se comprometer com o resultado da eleição em plenário, prevista para 6 de fevereiro.
A intervenção do governo ainda não resolveu a disputa entre os aliados políticos pela presidência do Senado.
O próprio FHC ouviu do presidente do PMDB, deputado Paes de Andrade (CE), que não há "a menor hipótese" de o partido abrir mão da candidatura de Iris Rezende. Enquanto isso, o governo hesita em apoiar abertamente o candidato do PFL, Antonio Carlos Magalhães.

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