São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 1997 |
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PPB recusa ministério em troca de apoio
LUCIO VAZ
A idéia de aumento da participação do PPB no governo de FHC foi encaminhada à Executiva Nacional, em reunião anteontem. "O presidente disse que vai iniciar uma nova fase no governo e que deseja uma maior participação do PPB junto a ele", afirmou Amin aos presentes. O ministro Francisco Dornelles (Indústria, Comércio e Turismo) é o principal representante do PPB no governo. FHC não especificou se o partido teria outro ministério. Proposta Amin confirmou à Folha que levou a proposta à Executiva, mas admitiu que está cada vez mais difícil um entendimento entre o governo e o PPB. "Isso não pode acontecer enquanto não houver um diálogo entre Fernando Henrique e Maluf", disse o presidente do PPB. Amin disse que chegou a tentar uma aproximação entre os dois. Na segunda-feira, esteve com Fernando Henrique. Na terça, procurou Paulo Maluf em São Paulo, onde o ex-prefeito se recupera, em casa, de uma cirurgia para a retirada da próstata. "Diálogo" "Procurei viabilizar o diálogo. Procurei o Maluf, mas ele foi claro: 'Agora não dá mais'. Desde maio que eu tento esse entendimento, mas as eleições municipais complicaram as coisas", disse Amin. Amin afirma não ter mais dúvidas sobre o resultado da votação: "A reeleição vai ser aprovada, queira o Maluf ou não. O Maluf sabe disso". O senador já está sendo considerado pela cúpula do PPB como um aliado do Palácio do Planalto na votação da emenda da que poderá permitir a reeleição do presidente Fernando Henrique. Líderes do partido consideram que a proposta de maior participação no governo racha ainda mais o partido. O governo também oferece maior participação ao PMDB (leia mais informações sobre essas articulações à pág. 1-8). Porta-voz O porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, negou que o presidente Fernando Henrique Cardoso vá promover uma reforma ministerial a fim de atender pressões do PMDB ou do PPB. "O presidente não conversou com ninguém sobre isso e não é sua intenção no momento", afirmou Amaral. Segundo o porta-voz, o presidente deve fazer "ajustes tópicos" em algumas pastas, como Transportes e Justiça, mas não tem data nem nomes para ocupá-los. Ressalvas O senador Esperidião Amin disse ontem que aprova a tese da reeleição, mas com algumas ressalvas: "Voto a favor, mas com desincompatibilização e com alguma forma de consulta popular: plebiscito ou referendo". A cúpula do PPB considera que Amin está colaborando com o governo de Fernando Henrique para conseguir apoio financeiro à prefeita de Florianópolis (SC), Angela Amin, sua mulher. Na eleição de 15 de novembro, FHC ajudou Amin. Ele ligou para o ex-presidente nacional do PFL Jorge Bornhausen e pediu a sua neutralidade no segundo turno em Florianópolis. O candidato do PT, Afrânio Bopré, esperava o apoio formal do PFL. Texto Anterior: Governistas afirmam ter 330 votos Próximo Texto: Esquerdistas defendem referendo Índice |
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