São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Postos vão ficar livres de fidelidade

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Raimundo Brito (Minas e Energia) afirmou que vai editar uma portaria permitindo que postos de uma bandeira comprem combustíveis de distribuidores de outras bandeiras.
Segundo o sistema atualmente vigente, um posto de combustível com a bandeira BR, por exemplo, só pode comprar combustíveis que sejam vendidos pela própria BR Distribuidora.
Próximos dias
"Determinei ao DNC (Departamento Nacional de Combustíveis) que acelere os estudos para que eu possa assinar a portaria nos próximos dias", disse Brito.
Atualmente, as distribuidoras teriam mercados cativos e não se sentiriam incentivadas a realizar promoções e a oferecer preços mais favoráveis aos postos.
"Os preços do álcool e da gasolina são livres em 98% dos postos do país, mas 95% deles estão vinculados às cinco maiores distribuidoras do país", afirmou Brito.
O ministro disse que, dos 25 mil postos do país, 30% estão vinculados à BR. Em seguida, vêm a Ipiranga (23%), a Shell (18%), a Texaco (13%) e a Esso (12%). Os 4% restantes são divididos entre as pequenas empresas.
Efeitos
A medida não deverá ter efeito imediato em todos os postos. Grande parte deles está vinculada às distribuidoras por meio de contratos que prevêem fornecimento exclusivo.
Brito disse que a portaria não vai interferir nesses contratos. "Contratos privados vão continuar acontecendo", afirmou.
Para o ministro, a portaria vai induzir os postos a exigir a renegociação dos contratos. "Caberá aos postos e distribuidores se ajustarem. O governo não vai ficar tutelando", afirmou.
Aumentos
O ministro negou que a medida seja uma represália contra os recentes aumentos dos combustíveis, supostamente abusivos.
"A medida faz parte de um programa que estamos implantando desde o ano de 1995. Aos poucos, estamos desmontando um cartório que foi implantado há 60 anos no país", disse.
Segundo ele, o fim do sistema de fornecimento exclusivo por bandeiras começou a ser estudado em abril passado, logo após a liberação dos preços do álcool e da gasolina.

Texto Anterior: Importação está parada, diz sindicato
Próximo Texto: PIB gaúcho cai, mas exportação é maior
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.