São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 1997 |
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O vôlei brasileiro olha otimista para o futuro
CARLOS ARTHUR NUZMAN
Há 21 anos o vôlei brasileiro era uma modalidade pouca conhecida, envolvida em um emaranhado de problemas. Hoje, o Brasil é uma potência mundial do esporte, detentor de dez títulos mundiais e três medalhas olímpicas nas quadras, seis títulos mundiais na praia e duas medalhas olímpicas na praia. Se chegar ao topo é muito difícil, manter-se lá talvez seja ainda mais. O vôlei brasileiro, entretanto, tem razões para estar otimista quanto ao seu futuro. Basta olhar para os atletas que serão os protagonistas desse futuro. A seleção brasileira masculina infanto-juvenil é tetracampeã mundial. Nos dois últimos Mundiais juvenis, o Brasil foi campeão e vice-campeão. No feminino, a seleção é também vice-campeã mundial juvenil. Temos muitas "peças de reposição" nas quadras de vôlei. Precisamos ter apenas o cuidado de lapidá-las para usá-las no momento certo. O segredo do sucesso do voleibol brasileiro sempre foi o investimento nas divisões de base. Em 1977 o Brasil sugeria à Fivb (Federação Internacional de Vôlei) a criação do Campeonato Mundial Juvenil, que teve sua primeira edição disputada naquele ano justamente em nosso país. A formação dos atletas desde a juventude era, desde então, uma preocupação da CBV. O processo foi contínuo. Quando a "geração de prata" -de Bernard, Montanaro, Renan- começou a deixar a seleção, surgia aquela que seria a "geração de ouro" -Tande, Maurício, Giovane. Quando as musas dos anos 80 (Isabel, Jacqueline, Vera Mossa) saíram de cena, estavam prontas as estrelas dos anos 90 (Ana Moser, Fernanda Venturini, Márcia Fu). O sucesso do esporte não pode, contudo, ser medido apenas pelo sucesso das seleções nacionais: clubes saudáveis técnica e financeiramente, patrocinadores satisfeitos, competições equilibradas e disputadas em ginásios lotados também são fundamentais. Hoje, a Superliga -masculina e feminina- consolida-se como a melhor liga de voleibol do mundo. Jogadores brasileiros e estrangeiros exibem aqui o seu talento, atraídos por bons salários, pagos em dia. Fico ainda mais aliviado por deixar a CBV nas mãos competentes de Ary Graça. Sua carreira de sucesso como atleta e vice-presidente da CBV teve outro momento alto ao dirigir a Supergasbrás, um clube-empresa tricampeão brasileiro feminino. Mais do que eu e como poucos, Ary Graça conhece as necessidades de clubes, empresas e patrocinadores e está apto a tornar a Superliga um campeonato de tanto sucesso quanto as ligas dos EUA. A torcida brasileira que tanto carinho demonstrou pelo vôlei não deve ficar preocupada. O caminho para o futuro está pavimentado, e as pessoas dedicadas ao vôlei -atletas, treinadores e dirigentes- têm competência para trilhá-lo. Texto Anterior: Patrocínio italiano pode ajudar 'nacionalização' da Portuguesa Próximo Texto: Engraxate campeão Índice |
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