São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 1997 |
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Berlim abre espaço para nova produção do Brasil
CELSO FIORAVANTE
A mostra é um avanço e tanto, se comparada à performance brasileira na última edição do evento. Em 1995, a presença brasileira foi reduzida a três filmes, sendo que um curta e dois longas nem haviam sido produzidos aqui. O curta "Fragmentos da Vida" (1929), de José Medina, foi exibido em uma seção dedicada a curtas do cinema mudo. Também entraram os longas "Prazeres Sintéticos", de Yara Lee, e "Carried Away", de Bruno Barreto, que, embora brasileiros, realizaram os filmes nos EUA. Mas a exclusão na edição passada não foi privilégio dos brasileiros. Em 1995, nenhum latino-americano entrou na mostra competitiva do evento. Latinos O cinema brasileiro terá outros destaques na Alemanha neste começo de ano. A cidade de Tubingen realiza entre amanhã e 8 de fevereiro a 5ª edição do Cine Latino, evento que, além da exibição, promove ainda a discussão do cinema brasileiro e latino-americano por meio de debates com atores e diretores. "Procuramos fugir dos clichês e dar aos europeus outras perspectivas da realidade brasileira", disse Maria Luiza Fontenelle, da organização do evento. Segundo ela, a entrada da cultura brasileira na cidade foi facilitada devido à atuação do Centro de Estudos Latino-Americanos que funciona ali. "A cidade tem tradição em contestação e abriga a primeira universidade protestante da Alemanha", disse. Este ano foram convidados o diretor Joel Pizzini e a atriz Fernanda Torres. Pizzini acompanha "Caramujo-Flor" e "Enigma de um Dia", curtas seus que serão exibidos. Fernanda Torres está em "Terra Estrangeira" (de Walter Salles) e em um episódio do longa "Veja Esta Canção" (de Cacá Diegues). Entre os convidados latino-americanos estão o diretor cubano Juan Carlos Tabio, que apresentará o filme "El Elefante Y la Bicicleta", e o mexicano Arturo Ripstein ("La Reina de la Noche"). Serão exibidos ainda os curtas "Lá e Cá" (de Sandra Kogut), "Glaura" (de Guilherme de Almeida Prado) e "Pão de Açúcar" (de João Emanuel Carneiro) e o longa "16-0-60", de Diogo Mainardi. A programação será apresentada ainda em Berlim, entre 6 e 12 de fevereiro, e Munique, nos dias 16, 17 e 18 de fevereiro. O evento é organizado pela Sociedade Cultural Brasil-Alemanha, que ainda estimula a difusão da cultura brasileira na Alemanha em áreas como literatura, teatro, música e artes plásticas. Promove ainda a venda de filmes brasileiros, como aconteceu com "Sábado", de Ugo Giorgetti, que será exibido em abril pela rede de TV Arte na França e na Alemanha. Depois da exibição, "Sábado" entra no circuito alemão de cinema. A entidade faz também o caminho inverso, divulgando a cultura alemã no Brasil, como em 1994, quando trouxe o artista alemão Markus Ramershoven para a 22ª Bienal de São Paulo. Texto Anterior: Ivan Lins diz que não irá à festa de premiação Próximo Texto: Pizzini filma índios guatós Índice |
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