São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997
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Mercado recebe novos produtos diet e light

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Novos produtos "diets" e "lights" que substituem o açúcar e o sal têm chegado às prateleiras de farmácias e supermercados do Brasil nos últimos meses.
O Slim Sal, da Slim, e o adoçante Splenda, da Johnson & Johnson, são os principais produtos.
O Slim Sal reduz em 66% a quantidade de sódio que há no sal natural. A redução pode ser importante para pacientes que têm hipertensão arterial, problemas cardíacos ou que retêm muito líquido.
A fórmula vem sendo usada há vários anos nos EUA e Europa.
Segundo Décio Mion Júnior, chefe da Liga de Hipertensão Arterial do Hospital das Clínicas da USP, o brasileiro consome mais sal do que é necessário para sua saúde.
Os especialistas recomendam uma dose diária de 6 g. O brasileiro consome, em média, 12 a 15 g.
O sal eleva a pressão arterial nas pessoas que são sensíveis ao sal (cerca de 60% da população). Os outros 40% podem comer qualquer quantidade de sódio, que sua pressão não se eleva.
Segundo Mion Júnior, a vantagem dos sais "lights" é diminuir a quantidade de sódio que existe em uma mesma quantidade de "sal". Eles não salgam a comida da mesma forma que o sal comum.
Os substitutos do sal trocam parte do sódio (cloreto de sódio) por potássio (cloreto de potássio). Mion Júnior diz que alguns estudos dizem que o potássio poderia auxiliar no controle da pressão.
O maior problema é o gosto um pouco amargo que algumas pessoas sentem. Quem tem problemas renais também pode ter dificuldade de colocar para fora do corpo todo o potássio que existe nesses produtos.
Açúcar
O Splenda chega também com a promessa de ser um adoçante que tem pouquíssimas calorias e que não deixa sabor residual nos alimentos que adoça. Ele tem sido usado na Austrália desde 1993.
A sucralose, componente mais importante do Splenda, é uma substância derivada do açúcar. Ela é 600 vezes mais doce. Estudos demonstram que a sucralose não tem relação com o câncer ou com o aparecimento de cáries.
Os adoçantes são usados pelas pessoas que estão obesas, que querem fazer uma dieta com menos calorias ou que são diabéticas.
Marcelo Bertolami, cardiologista do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, explica que os pacientes diabéticos que também têm nível elevado de triglicérides (gorduras) no sangue devem abandonar o açúcar ou passar a usar adoçantes dietéticos.
Segundo Bertolami, o problema de sabor residual dos adoçantes varia muito entre as pessoas.

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