São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997
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Os empurram para a academia

DA REPORTAGEM LOCAL

Existem dois tipos de mulher de gordo. A que gosta do marido do jeito que ele é e a que vive tentando empurrá-lo para uma academia de ginástica. Essa última, muitas vezes, se estressa à toa.
"Se há uma prova de amor que eu nunca vou dar é essa da ginástica", diz o gerente de marketing Paulo Macedo, 35, 1,70 m, 100 kg.
Macedo diz que se sente bem assim. "'Não entro nessa paranóia da ginástica, nem faço regime."
Ele conta que sempre teve tendência a engordar. "Se eu começo a fazer regime para agradar alguém, e se o amor dessa pessoa está condicionado ao meu peso, nunca mais vou parar", conclui. "Prefiro ser feliz."
O professor Anibal Tales, 30 (1,78 m, 97 kg), pensa como Macedo. "Quem namora comigo já me pegou assim. Sempre fui gordo."
Ele acredita que, por isso, não se deixa abater. "Tem gordo que a mulher manda para a academia e ele vai, com a auto-estima lá embaixo", diz.
"Eu já acho que o problema é com ela, não comigo", diz. "Ela que vá se tratar e me deixe comer."
O ator Vicentini Gomes, 39, que ensaia o espetáculo "Confidências de um Espermatozóide Careca", sofre pressões de todos os lados.
"O diretor me castiga, diz que eu estou pesado para o papel, e as mulheres também falam", diz Gomes, que foi casado quatro vezes.
Ele reage com um humor. "Não sou radical com relação a regimes. Se tiver de fazer, sem pressão, faço numa boa", diz.
"Acho mesmo que depois dos 99 kg, dependendo da altura, um homem passa a ser um monte", afirma ele.

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