São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997
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DEPOIMENTO

"Quando meu atual namorado bateu na minha porta, por sugestão de um amigo, para me convidar para ir a uma festa, eu não me apaixonava fazia seis anos.
Nesse tempo, vivia embrulhada em relacionamentos paralelos, com homens que se diziam modernos, mas não tinham idéia do que fosse um romance de verdade.
Aliás, decidi que não quero mais ser moderna. Essa história de namorar homem muito elaborado, que entende a alma feminina, só dá confusão: no fim, eles acabam roubando a alma feminina da gente para usar com outra (inclusive as técnicas mais elaboradas de conquista). Sobra uma porção de fragmentos de alma e a recuperação depois é muito lenta.
Meu atual namorado me diz que entende muito de tapete e de surfe, mas que não sabe nada a meu respeito. Eu acho ótimo que a gente seja mesmo diferente.
Ele é homem, gosta de mulher e não tem mal-entendido. As identidades estão preservadas, sem que por isso ele não possa prestar atenção no que eu digo, ao mesmo tempo em que me deixa dormir de pé dado com o dele."

Selma Barbosa Lima, 37, é relações-públicas.

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