São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997
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Brasil já é o 3º em venda de ações nos EUA

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil empatou com o México e a África do Sul e conquistou, em 96, o terceiro lugar na corrida das empresas estrangeiras por um lugar ao sol no trilionário mercado de ações dos Estados Unidos, o maior do planeta.
No ano passado, segundo o Citibank, 14 novas empresas brasileiras venderam ações nos EUA por meio de ADRs (American Depositary Receipts), espécie de recibos que permitem ao investidor norte-americano aplicar em papéis estrangeiros nos mercados de Bolsa e de balcão (informal).
Foi mais que o dobro dos lançamentos de 95, quando o Brasil amargou, de tabela, o "efeito tequila". Para quem não se lembra, esse foi o apelido da ressaca causada nos chamados mercados emergentes após a quebra do México, na virada de 94 para 95.
Entre as empresas que desbravaram a América em 96 estão Bom Preço, Brahma, Celesc, Cofap, Copel, Marcopolo, Multicanal, Oxiteno, Perdigão e Petrobrás.
Os novos ADRs brasileiros elevaram para 43 o número de empresas com ações negociadas nos EUA -um mercadão de US$ 700 trilhões- e indicaram que o "efeito tequila" está passando.
"Os volumes negociados com ADRs nos EUA ainda são pequenos, mas têm vital importância para as empresas que buscam novos mercados para levantar capital no futuro", avalia Mike Martinez, diretor do Citibank.
Novos lançamentos Martinez calcula que, neste ano, pelo menos 15 empresas brasileiras devem buscar acionistas nos EUA. Somente a Nasdaq espera listar seis novas empresas do país em 97, diz Robert Kinsella, diretor para a América Latina. A Nasdaq é uma gigantesca Bolsa eletrônica, que movimentou US$ 3,3 trilhões em 96. Foi lá que a Multicanal, do grupo Globo, captou US$ 193 milhões, em novembro passado.
"O mercado norte-americano está cheio de investidores dispostos a comprar ações de empresas desconhecidas, como é o caso da maioria das brasileiras. Como há muito dinheiro disponível e as perspectivas são boas, é natural que o Brasil continue aumentando sua participação", afirma Kinsella.
Dentre as empresas que devem arriscar a sorte lá em cima estão CSN, Cemig e Centrais Elétricas de Santa Catarina.

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