São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997
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Empresas apostam na estabilização do mercado

DA REPORTAGEM LOCAL

As indústrias que registraram saltos de vendas com o Plano Real esperam um 1997 tranquilo, sem grandes alterações no consumo.
A LPC Danone, empresa que de 1994 para 1995 aumentou 80% a produção e a venda de iogurtes, por exemplo, espera crescer de 3% a 4% neste ano.
"O ano passado já foi parecido com 1995. Entendemos que quem deveria aparecer no mercado consumidor já apareceu", afirma Onofre Portella, gerente de assuntos corporativos.
Portella conta que de 1994 para 1995 o consumo anual por pessoa de produtos frescos (iogurtes e sobremesas) saltou de 1,2 quilo para 2 quilos.
Para a diretoria da LPC Danone, o mercado já está maduro e, se crescer, será num ritmo bem mais moderado.
Segundo ele, o crescimento pode ser mais expressivo em regiões onde o consumo de iogurte era pequeno -como no Nordeste.
Bebidas
Na linha de cervejas e refrigerantes, o crescimento de vendas neste trimestre pode chegar a 7% na comparação com igual período do ano passado, na análise de Sérgio Teixeira, gerente de comunicação de marketing da Antarctica.
"O consumo desses produtos está mais frequente", diz ele. Em 1995, a venda de cervejas e refrigerantes cresceu cerca de 35% sobre 1994, afirma.
Em 1996, o consumo foi igual ao de 1995. "Acreditamos que vamos crescer só mais um pouco neste ano."
Teixeira diz que o crescimento no consumo desses produtos é explicado pelo aparecimento de 30 milhões de novos consumidores, que não tinham poder de compra antes do Plano Real.
Derivados de carnes
Está mais animada a empresa que tem planos para ganhar participação nos mercados interno e externo.
A Perdigão, por exemplo, já programa para este primeiro trimestre produção 20% maior do que a do ano passado.
"Desde 1995 estamos aumentando a produção", afirma João Rozário da Silva, vice-presidente comercial.
Ele conta que a Perdigão aposta que o consumo no país deve crescer 7% neste ano sobre 1996, mas a empresa vai conseguir aumentar as vendas em 16%, no período, e as exportações, em 30%.
"Estamos otimistas porque traçamos metas de crescimento e estamos conseguindo alcançá-las." Segundo Rozário da Silva, existe espaço para o aumento de consumo, principalmente na linha de congelados.
Crescimento bom
Na Sadia, a programação para este trimestre é produzir de 4% a 5% a mais do que em igual período do no passado.
Para José Mayr Bonassi, diretor de vendas da empresa, esse é um bom crescimento porque o mercado está estabilizado.
"Se o país vai crescer de 3% a 4% neste ano, a indústria de alimentos pode crescer um pouco mais."

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