São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997 |
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Banco tirou técnico inglês, afirma jornal
HUMBERTO SACCOMANDI
Na última quinta-feira, Kevin Keegan, 45, treinador do Newcastle United desde 1992, pediu demissão do cargo. A decisão surpreendeu o país. Keegan é considerado um dos melhores jogadores da história do futebol inglês, foi capitão da seleção da Inglaterra nos anos 70/80 e vinha se destacando como técnico. Em 1993, tirou o Newcastle da segunda divisão e em pouco tempo o transformou em um dos principais times do país. No ano passado, quase chegou ao título, perdendo nos últimos jogos uma grande vantagem em pontos. Nesta temporada, até a rodada deste fim-de-semana, a equipe ocupava a quarta posição, cinco pontos atrás do Liverpool, líder. Segundo o "The Times", a saída de Keegan foi aconselhada pelo banco NetWest, um dos maiores do país, que está preparando a cotação do Newcastle na Bolsa de Valores de Londres. O clube prepara uma operação de lançamento de ações no valor total de US$ 250 milhões. O diário diz que, numa reunião secreta na semana passada, especialistas do banco indicaram que a permanência de Keegan poderia prejudicar essa operação. Por quê? De acordo com as normas do mercado de ações, o técnico do time é considerado um alto executivo do clube-empresa. Keegan já teria pedido demissão duas vezes em 1996, mas acabou convencido a ficar. Se essa informação fosse passada ao mercado financeiro, poderia haver preocupação quanto ao futuro da equipe. Afinal, o técnico poderia finalmente resolver sair. Isso iria desvalorizar as ações. Se a informação não fosse divulgada, o clube poderia ser processado pelos futuros acionistas caso Keegan acabasse deixando seu cargo logo após a venda das ações. Diante desses dois cenários, a alternativa recomendada teria sido o afastamento de Keegan e a contratação de um outro técnico, que transmitisse uma imagem de maior estabilidade. (HuSa) Texto Anterior: 'Paquitas' apimentam crise histórica do Milan Próximo Texto: São Paulo-Rio Índice |
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