São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997
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'Maguilinha' deseja ser espelho do pai

FÁBIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando soar o gongo abrindo o torneio de boxe para iniciantes "Forja de Campeões", no próximo dia 28, duas gerações de uma mesma família inverterão seus papéis por alguns momentos.
Maguilinha, como já está sendo chamado, nunca participou de uma luta oficial, mas aposta na genética e em sua "mão pesada" para vencer a "Forja"e chegar um dia a campeão mundial.
"Esse é o meu sonho e me inspiro no meu pai para chegar até lá", afirma. Segundo filho do primeiro casamento de Maguila, foi o único dos três herdeiros do pugilista a mostrar interesse pelos ringues.
Começou a acompanhar o pai nos treinos aos nove anos de idade. Há dois anos, começou a ajudá-lo no ringue -subia para levar água, colocar gelo nos ferimentos, etc.
Mas só no ano passado resolveu que iria fazer carreira no boxe e começou a treinar para competir.
"Nunca o forcei. Cada um tem que escolher sua profissão, e ele se decidiu. Só então comecei a incentivá-lo", diz Maguila pai. "Ele esperou eu mostrar vontade para apoiar", confirma Maguila filho.
Em setembro, Maguilinha participou de sua primeira e única luta até hoje, uma exibição que marcava a inauguração de uma academia em Guarulhos. O combate não teve vencedor, dado o caráter festivo da ocasião. "Mas acho que ganhei, pois no segundo assalto eu o acertei e o juiz abriu contagem."
Na "Forja", disputará com mais sete pugilistas o título dos meio-pesados, bastando que vença três lutas para ser campeão.
Segundo Maguilinha, a velocidade e a pegada forte são suas maiores virtudes. "Ele tem a mão pesada, é rápido e inteligente. Joga muito parecido comigo, só que é mais ligeiro", confirma Maguila.
Quem já o viu lutar garante que os elogios não são coisa de pai coruja. "O menino é bom, tem postura de pugilista, harmonia nos movimentos e pega forte", atesta o presidente da Federação Paulista de Pugilismo, Newton Campos.
Ídolo
Não tente dizer a Edimilson que o título de campeão mundial conquistado pelo seu pai em 1992 foi por uma entidade sem nenhuma relevância no boxe mundial -a Federação Mundial de Boxe.
Tiete de carteirinha do pai, Maguilinha não só o tem como maior inspiração como considera-o o melhor peso-pesado do mundo. "Quem chegou com 13 anos a São Paulo sem nada e conseguiu ser campeão mundial, tem que ser muito bom. Ele é meu ídolo."
Pai e filho treinam juntos diariamente, correndo pela manhã e boxeando à tarde.
A função de treinador de Maguilinha, no entanto, deverá ser exercida por um dos irmãos de Maguila. "Vou orientá-lo no vestiário e embaixo do ringue. Se precisar, subo para dar força", diz o pai.

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