São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997
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Impasse patético

SÍLVIO LANCELLOTTI

Terminou em um patético impasse a assembléia geral que, na sexta-feira, se destinava a escolher o novo presidente da Liga dos Clubes da Itália.
Três personagens se apresentaram.
Com o apoio das grandes agremiações, se propôs Franco Carraro, o presidente de uma empresa ligada ao grupo Fiat e à Juventus de Turim, amigo pessoal de João Havelange e um assumido candidato à sucessão do brasileiro, em 1998, no trono supremo da Fifa.
Para, eventualmente, chegar à Fifa, Carraro, porém, necessita ocupar um posto oficial no mundo do futebol.
Desafeto de Carraro, adversário de Havelange, se lançou Antonio Matarrese, ex-presidente da Federação da Bota, vice da Uefa e da Fifa.
Para manter os seus cargos nas duas entidades e trabalhar contra o brasileiro em 98, Matarrese também necessita de um posto oficial na Bota.
Surpreendeu os dois, contudo, a força de um terceiro, em quem ninguém acreditava, Giuseppe Gazzoni Frascara, o dono do pequenino Bologna.
Para vencer no primeiro escrutínio, seriam obrigatórios 29 dos 38 votos dos 18 clubes da Série A e dos 20 da Série B.
Carraro teve ridículos 4. Matarrese ficou com 16. Gazzoni Frascara, com 14.
No segundo escrutínio, com maioria de 26 votos, Matarrese permaneceu nos 16. Gazzoni Frascara subiu para 15, e Carraro, para cinco.
Houve uma abstenção. O Napoli, rompido com a Liga, se recusou a participar da assembléia.
Assumiu como presidente da Liga, interinamente, o seu vice mais antigo, Adriano Galliani, o principal dirigente do Milan.
Cabe a Galliani costurar algum tipo de acordo para uma nova assembléia, ainda no dia 24 de janeiro.
Só um milagre, porém, melhorará os números de Carraro -e de Havelange.

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