São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997
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Praias proibidas; IPVA; Maquiagem; A culpa das universidades; Preocupação ecológica; Rotina; Inversão da ordem; Carta anti-semita; Boas festas

Praias proibidas
"É com o descumprimento da Constituição Federal e a violação do interesse público primário que os novos prefeitos do litoral paulista iniciam seus mandatos.
A proibição da entrada dos ônibus e a cobrança de taxa aos turistas de um dia são exemplos da má administração pública brasileira, constituindo uma transgressão aos direitos e garantias fundamentais assegurados em nossa lei suprema."
José Agostinho M. Galvão de Barros Filho (São Paulo, SP)
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"Para os municípios do litoral, os turistas de um dia representam um custo. E se há custo há uma conta a pagar...
Os municípios que baixam legislação em termos de restrições de acesso ou pedágio estão, no entanto, ignorando essa questão básica e facilitando o esporte favorito de qualquer verão: o 'bagunceamento jurídico'.
O prefeito pode determinar que ônibus de turismo devem circular por tais ruas, permitindo o estacionamento somente em tais e tais lugares.
Para estacionar, é perfeitamente admissível cobrar uma taxa -tipo Zona Azul.
O valor dessa taxa poderá ser calculado por planilha, incluindo os custos de limpeza, água e saneamento, assistência médica, desgaste do pavimento, instalações especiais etc.
Assim, evita-se a vã filosofia e concentram-se os esforços no que sempre sobra depois das férias: a conta."
Alan Cannell (Curitiba, PR)

IPVA
"No dia 17/12 a Folha publicou a famigerada tabela do IPVA, que só tem custo e nada de benefício.
Gostaria que o sr. Clóvis Panzarini, coordenador da Administração Tributária de SP, informasse qual o benefício, pois se vou para o litoral ou para a serra só encontro estradas esburacadas e mal sinalizadas, e para a capital sou obrigado a pagar pedágio.
Pelo mesmo valor faço seguro do meu carro e tenho vários benefícios durante um ano."
José Cunha de Oliveira (Taubaté, SP)

Maquiagem
"A recuperação em janeiro nas escolas estaduais vai, unicamente, melhorar a estatística de retenção em 1996.
Seria mais decente a aprovação por decreto."
David Patricio de Almeida Santos (Jales, SP)

A culpa das universidades
"Então, a receita do nosso arauto do liberalismo, e agora também pedagogo, Roberto Campos para a educação brasileira é o corte de recursos para as universidades públicas, segundo ele as responsáveis pelo fracasso da educação básica.
Como ninguém viu isso antes?
O único feito da universidade pública brasileira salientado pelo sr. Campos em seu artigo foi o subsídio da malandragem da UNE.
A formação de doutores e mestres e o desenvolvimento científico e tecnológico, quase exclusivamente a cargo dessas inúteis universidades, foram (não intencionalmente, é claro) esquecidos pelo sr. Campos."
Alessandro Simas (Rio de Janeiro, RJ)

Preocupação ecológica
"Uma coisa que me preocupa muito é onde descartar baterias de níquel cádmio de telefones celulares -são milhões de baterias!
Nos manuais americanos vem a recomendação de descartá-las conforme as normas de cada Estado -são nocivas ao meio ambiente. E no Brasil?
As pilhas comuns, alcalinas, recarregáveis, todos só temos a opção de jogá-las no lixo. E a contaminação de lençóis freáticos?
Antes da tão falada abertura em telecomunicações seria prudente ter as normas de proteção ambiental preparadas e divulgadas -e a infra-estrutura montada- para evitarmos desastres ecológicos."
Roberto Makoto Shimizu (São Paulo, SP)

Rotina
"Há um ano escrevi para o 'Painel do Leitor' sobre a manchete de 2/1/96: 'Insolvências registram recorde em 1995'.
Na oportunidade, fiz comentários sobre os efeitos nocivos do Plano Real, comparando-os inclusive com os do período da chamada 'era Collor'.
Cabe lembrar que a opinião geral da época (salvo a dos 'fracassomaníacos', evidentemente) considerava 95 como uma 'transição' e que 96 seria melhor.
Comparando os números -2.399 falências em 1992; 10.132 em 1995 e 14.376 (!) em 1996-, podemos notar que, ao contrário do 'previsto', a quebradeira só tende a aumentar.
Ante a discreta nota de rodapé na Folha de 2/1/97, a pergunta é: a quebradeira já virou mesmo rotina (não merece mais manchete) ou a Folha aderiu ao otimismo inconsequente de FHC?"
Lauro Ney Batista (São José dos Campos, SP)

Inversão da ordem
"Causa estranheza e perplexidade a preocupação de determinadas organizações em proteger e propiciar conforto, nos presídios, aos criminosos e delinquentes.
Evidentemente não somos adeptos da tortura, mas daí a querer tratar bandidos, autores de crimes abomináveis, com carinho e chocolate é inverter a ordem e a justiça.
O curioso é que nunca vi ou ouvi, dessas mesmas organizações, uma palavra apenas em favor das vítimas da bandidagem."
Vanderlino Horizonte Ramage, vice-presidente da Aviva -Associação das Vítimas da Violência (Porto Alegre, RS)

Carta anti-semita
"Se não bastasse a escravidão no Egito, as invasões romanas, as fogueiras da Santa Inquisição, as Cruzadas, a fúria nazista com o holocausto, os constantes atentados que sofre a comunidade judaica, Olimpíadas de Munique, ataques de fundamentalistas, mísseis de Sadan Hussein, os neonazistas etc., de repente leio uma carta de teor anti-semita, preconceituosa e fora de moda, publicada na seção mais disputada do jornal ('Painel do Leitor', 18/12/96), enviada por Fernando Al-Egypto.
A comunidade judaica está farta de acusações injustas e provocações mesquinhas. Qual será a surpresa da Folha para a próxima semana?"
Mauri Carlos Carvalho (São Paulo, SP)

Boas festas
A Folha agradece e retribui as mensagens de boas festas que recebeu de: Luiz Estevão, deputado distrital (Brasília, DF); Peter Paulicek, cônsul-geral da Eslováquia; Vasp; Hôtel George V (Paris, França); Interamerican Travel Industry Representatives (São Paulo, SP); Renaissance São Paulo Hotel (São Paulo, SP); Fiatallis Latino Americana Ltda. (Contagem, MG); Soletur; Nascimento Turismo; ACM -Associação Cristã de Moços de São Paulo (São Paulo, SP).

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