São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Avenida das emoções Sumaré ganha espaços para a prática de esportes radicais e outros nem tanto POR TOMAZ AUTRAN Existe um novo "point" para os esportistas paulistanos. A outrora calma avenida Sumaré vem se transformando, ao longo dos anos, em uma das mais movimentadas vias de São Paulo. A qualquer hora do dia é possível ver gente, de todas as idades, praticando esportes na avenida. Dos mais comuns, como futebol, ciclismo e jogging, aos mais extremados, como o "rappel", esporte praticado por alpinistas que consiste em descer de uma ponte ou viaduto em uma corda preso a uma "cadeirinha", espécie de apoio que divide igualmente o peso do corpo do atleta. Leonardo Martins, 19, faz "rappel" na Sumaré há três anos e justifica sua escolha: "Não gosto de esportes tradicionais. O futebol, por exemplo, acho entediante. No 'rappel', me sinto totalmente livre e a adrenalina vai lá em cima". Por que escolheu a Sumaré? "Além de ser um dos viadutos mais altos de São Paulo, o visual é muito legal. À noite, fica demais, você pendurado e os carros passando embaixo", explica Martins. O início Mas a ligação da Sumaré com o esporte já existe há algumas décadas. "Nasci no bairro e sempre usei a avenida para praticar atividades físicas. Antigamente, o piso era de terra batida e tinha um rio no meio dela. Jogava futebol, taco e até montava cavalos aqui. Depois que a asfaltaram, o bairro cresceu, mas as pessoas continuavam a vir para andar ou correr", afirma Reginaldo Tripoli, 34, o Xexéu, um dos sócios da Academia Gap, pioneira na região. Segundo Rinaldo Azevedo, 58, gerente da Tennis Star, locadora de quadras de tênis e squash, o movimento de jovens tem aumentado muito devido à construção de uma ciclovia que percorre o miolo da avenida. "A Sumaré é rodeada por bairros como Perdizes e Pompéia, onde existem muitas universidades e colégios, que trazem muitos jovens ligados ao esporte à região. A ciclovia atraiu ainda mais gente para a Sumaré", diz Xexéu. Ricardo Miranda, 17, mora em Perdizes e pedala diariamente pela ciclovia. "Na Sumaré, as pessoas podem pedalar até cansar sem se preocupar em atravessar a rua, por isso tem atraído mais gente. Só acho que a poluição está aumentando muito", afirma Ricardo. "Bungee jump" e futebol Inaugurado no dia 14 de dezembro, o Adrena Park é um verdadeiro "shopping" de emoções. Localizado à altura do número 1.550 da Sumaré, possui o maior "bungee jump" da América do Sul (54 metros de altura), uma parede de alpinismo, uma sorveteria e lanchonete, um fliperama e uma tirolesa, uma corda de aço onde a pessoa prende uma roldana e desce o morro a toda velocidade. "Escolhemos a Sumaré para abrir o Adrena Park porque é uma avenida movimentada, mas ao mesmo tempo tranquila, com muito verde", diz Eliezer "Lico" Shoel, 23, um dos proprietários. "Além disso, há muitos jovens dispostos a se atirar do 'bungee jump' na região", completa Lico. Outro ponto esportivo na avenida Sumaré é o Sistema Escola de Futebol, que há seis anos aluga quadras e dá aulas de futebol para homens e mulheres de todas as idades. A professora e coordenadora Regina Vecchi, 44, e seu marido, o professor Enrique Salinas, 45, dizem que escolheram o local para abrir sua escolinha de futebol porque moram nas redondezas e acreditam no potencial da região. "A Sumaré está cada vez mais cheia porque é muito ampla, dá vazão a todos sem estresses. Sou a fã número um dessa avenida", diz Regina. Academia Gap: 864-8495. Tennis Star: 262-1037. Sistema Escola de Futebol: 65-7807. Adrena Park: 872-2340. Texto Anterior: Guiar no exterior Próximo Texto: Aventuras em família Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |