São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997
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Ganhe dinheiro com mouse pad

Investimento na área é baixo

NELSON ROCCO
DA REPORTAGEM LOCAL

O crescimento do uso de microcomputadores no país está dando impulso aos fabricantes de acessórios. Produzir mouse pads -as bases de apoio para os mouses- é uma forma de começar no setor com pouco investimento.
Ruy Campos, diretor de mercado da Fenasoft, estima que as vendas de micro no ano passado chegaram a 1,12 milhão, um crescimento de mais de 30% sobre os 860 mil micro vendidos em 1995.
Segundo Campos, além da venda de novos, os fabricantes têm como "potencial de vendas os computadores já existentes no país, que são estimados em 3,8 milhões".
Os fabricantes não gostam de "abrir" os segredos de fabricação das peças, mas há espaço para novas empresas diante do potencial de mercado.
Somente a Plug Use, uma rede de quatro lojas de produtos de informática de São Paulo, vende cerca de 1.200 mouse pads por mês, segundo Paulo Henrique Souza, 30, gerente de produto.
Souza diz que a rede trabalha com 12 marcas. "Sempre que aparece alguma novidade, nós compramos, mas não posso ter 200 opções."
Diferencial
"Se a pessoa quiser entrar no mercado deve ter um diferencial, porque se for um modelo simples, terá de concorrer apenas no item preço", aconselha o gerente de produto da Plug Use.
A Clone, que está há 12 anos no mercado de acessórios, está fazendo mouse pads há 6. Maurício Alayon, 35, diretor comercial, diz que a produção varia de 80 mil a 90 mil por mês.
A empresa é licenciada da Warner Brothers para usar imagens do filme Space Jam nos mouse pads. Alayon diz acreditar no crescimento da produção com as novas estampas.
"Existem vários fabricantes pequenos, mas a grande dificuldade deles é a distribuição", afirma.
Como dica, ele diz que uma fatia de mercado que tem crescido é o de brindes institucionais. "Só para o Banco do Brasil, vendemos 80 mil mouse pads de uma vez."
A Chacur também vende para clientes institucionais. Paulo César Chacur, 34, diretor, diz que as máquinas de sua empresa custam cerca de R$ 700 mil. "Mas dá para começar com R$ 1.000", incentiva.
A MGF, há quatro anos no mercado, consumiu R$ 30 mil em investimentos, segundo Mário Guedes Fraga, 31, dono.
A Braspad está no mercado há quatro anos. Rosana Neli Fornel, 36, e Romão Robles Ribas Júnior, 39, sócios, afirmam que, no começo, a produção era toda vendida em lojas. Hoje, fazem brindes personalizados.
A produção média da empresa é de 3.000 peças por mês, mas Ribas diz que em novembro passado vendeu 10.000 unidades.
A margem de lucro na atividade, segundo o empresário, varia de 30% a 50%.
"Nossa produção é quase toda terceirizada", afirma Ribas. Segundo o empresário, a opção foi por falta de recursos. "Para a produção, o cliente define o corte e o desenho, que pode vir em disquete ou em fotolito."
A impressão das imagens pode ser por serigrafia (silk-screen), off-set ou por termopressão (leia texto abaixo).
Ribas diz que a impressão pode ser feita em papel, tecido, PVC ou neoprene. O passo seguinte é colar o material na borracha, que pode ser EVA ou látex.
A colagem pode ser também com fita adesiva dupla face ou por soldagem térmica.
Em seguida é feito o corte dos mouse pads e a embalagem. A Braspad tem dois tamanhos: retangular, de 19 cm por 23 cm, e redondo, de 19 cm de diâmetro.
Internet
Para se diferenciar da concorrência na fabricação de mouse pads e atrair clientes, a Chacur tem um página na Internet que funciona como um canal de vendas.
A atuação da empresa na rede mundial de computadores já rendeu até exportações.
"Para o Japão, vendemos 300 unidades; para os EUA, 1.000. Os valores foram baixos, mas foi uma experiência", diz Paulo César Chacur, 34, diretor.
A empresa vende em unidades pela Internet. Pagando R$ 10, o interessado faz o pedido pela página e recebe o produto em casa.

Onde encontrar - Braspad: (011) 857-4334; Clone: (011) 418-7800; Plug Use: (011) 865-3699.

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