São Paulo, segunda-feira, 13 de janeiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bola fora

CIDA SANTOS

O assunto da última semana foi a posse do novo presidente da Confederação Brasileira de Vôlei: Ary Graça.
No seu discurso, ele confirmou que é um discípulo fiel de Carlos Arthur Nuzman. Citou o nome do mestre 29 vezes. Até aí, nada surpreendente. O que chamou a atenção mesmo foram algumas declarações e pelo menos uma decisão polêmica: tirar o Brasil do Grand Prix.
Está certo que muitas jogadoras estão cansadas e pedindo folga. Está certo também que, segundo o departamento técnico da CBV, as seleções têm que disputar o Grand Prix com nove atletas que foram à Olimpíada, o que dificultaria a idéia de usar o torneio para dar experiência a novas jogadoras. Mas tudo isso não justifica o fato de Graça ter tomado a decisão sem ouvir o técnico Bernardinho.
Aliás, pelas declarações, dá para perceber que, para o novo presidente da CBV, o papel do técnico se limita a dirigir o time na quadra. Maior prova foram algumas frases dele publicadas pela Folha, na quarta.
Um exemplo: "Não podemos ficar reféns de ninguém. Técnico tem que seguir o programado." Ou então: "Técnico tem que comandar dentro da quadra. Não pode ir a jornal e dizer que ranking é bom ou não, que não concorda com o horário do jogo."
Fica difícil imaginar uma seleção campeã sem um técnico de grande personalidade e poder de decisão. Basta ver de quem a Itália está atrás para substituir Velasco no comando da sua seleção masculina, atual bicampeã mundial: do brasileiro Bebeto de Freitas, um técnico de temperamento forte.
Graça também foi deselegante com Renan, até então um dos mais cotados para assumir a seleção masculina.
Disse que ele foi um jogador maravilhoso, bonitão e que fotografa bem, ao contrário do técnico Radamés Lattari, que não é fotogênico, mas é um dos que mais entendem de vôlei.

Texto Anterior: Que o ministro Edson chame o Pelé
Próximo Texto: Italiano; Patrocínio; Contusão
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.