São Paulo, segunda-feira, 13 de janeiro de 1997
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Kieslowski procura a dor

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM

Local Krzystztof Kieslowski era o cineasta das cores. Não exatamente pelo tom das imagens em seus filmes, mas por tê-las transformado em tema em sua "Trilogia das Cores": "A Liberdade é Azul", "A Igualdade é Branca" e a "Fraternidade é Vermelha".
Mas Kieslowski se fez também como o diretor dos mandamentos de Deus. Temos, então, "Não Matarás", exibido hoje no Eurochannel, às 16h39.
A situação apresentada é a do assassinato de um motorista de táxi por um rapaz. O que o motivou, as razões de seu ato, é o que veremos ao longo de 90 minutos.
Há, claro, a tão decantada amargura com a vida, um certo estado de torpor diante das coisas que sempre constituiu, aos olhos do espectador, a imagem do cineasta.
E existe também o desejo de assistir todos os acontecimentos, por mais terríveis e dolorosos que sejam, com compressão, vontade de entendimento.
Esperança cristã? É essa a acusação que sempre lhe fizeram. Talvez seja verdade. Talvez nem tanto. O que Kieslowski procura é apenas um pouco de humanidade. Não importa o nome que isso receba.

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