São Paulo, quarta-feira, 15 de janeiro de 1997
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IPTU de 92 dá à prefeitura R$ 580 mi

HENRIQUE SKUJIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo deverá arrecadar R$ 578.303.267,94 com a cobrança do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) progressivo de 92. O imposto era para ser cobrado durante a gestão da ex-prefeita Luiza Erundina.
Na época, o Tribunal de Justiça (TJ) julgou inconstitucional a progressividade do imposto. A alíquota variaria conforme o preço venal do imóvel. Em 95, o TJ reconsiderou o mérito da ação e a cobrança passou a ser legal.
Segundo o secretário de Negócios Jurídicos, Edvaldo Brito, 934.911 contribuintes receberão o boleto de pagamento do IPTU 92.
Mais de 150 mil carnês já foram entregues. Outros 349 mil seguem nos próximos dias e vencem dia 31 de janeiro. O restante será entregue mês que vem e tem vencimento no dia 28 de fevereiro.
Os contribuintes que iniciaram o pagamento do IPTU de 92 e o interromperam serão cobrados posteriormente.
Segundo o secretário das Finanças, José Antônio Freitas, o valor dos boletos já distribuídos varia de R$ 5 a R$ 40. O pagamento do imposto pode ser feito à vista em qualquer banco.
Recurso
Em dezembro último, o Supremo Tribunal Federal (STF) atendeu o recurso de uma empresa considerando a cobrança ilegal.
O tributarista Ives Gandra Martins garante que a cobrança depende de uma lei federal e é incostitucional. Gandra diz que quem receber o boleto não deve pagar.
Para o secretário das Finanças, a prefeitura está cumprindo a lei: "Estamos enviando uma carta explicativa ao contribuinte".
Em entrevista à Folha, o então prefeito Paulo Maluf disse que só cobraria o imposto para não haver prescrição da dívida, o que o tornaria inelegível.
O administrador de imóveis Jaime Rabinovitsch, não acredita que seus clientes deixarão de pagar porque "a diferença não é muito alta".
José Roberto Duran, gerente-geral do Mart Center, centro de modas, vai cobrar o imposto dos lojistas por se tratar de uma decisão judicial. "A dificuldade na cobrança ocorrerá quando o inquilino atual não for o mesmo de 92", diz.

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