São Paulo, quarta-feira, 15 de janeiro de 1997
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Grupos étnicos controlam fronteira

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, NO PARAGUAI

Cada nicho de falsificação no Paraguai é controlado por um distinto grupo étnico.
Árabes, chineses, coreanos e paraguaios dominam a produção de falsificados em Ciudad del Este e Hernandaryas (distante 45 quilômetros da fronteira com o Brasil).
Os brasileiros entram na "indústria da falsificação" como potenciais compradores e fornecedores de mão-de-obra.
Estimativa da Câmara de Comércio de Ciudad del Este aponta que mais de 10 mil brasileiros atravessam, diariamente, a ponte da Amizade para trabalhar em lojas paraguaias.
Desse total, aproximadamente 25% trabalham em pequenas fábricas que montam os produtos falsificados.
Produtos
Os produtos vão desde relógios até peças para automóveis.
A falsificação de jogos de vídeo e de aparelhos para a telefonia celular está na mão de integrantes da comunidade árabe.
Os chineses controlam a falsificação de eletrônicos, eletrodomésticos e relógios.
Os coreanos disputam o mercado de relógios falsos com os chineses.
Cigarros
A falsificação de cigarros no Paraguai, conforme a Agência Folha apurou, está na mão de uma única empresa paraguaia, a Tabacalera Boqueron, sediada em Assunção.
O advogado Mário Aguilera, 45, representante da Associação Brasileira de Combate à Falsificação em Ciudad del Este, trabalha para empresas tão distintas como a Souza Cruz, a Cofap (anéis para pistão da empresa são falsificados em Ciudad del Este), Gessy Lever (o sabão em pó Omo), a Federação de Relojoeiros Suíços e 48 marcas de uísques escoceses.
Segundo ele, o maior problema na luta contra as falsificações no Paraguai se dá na Justiça comum. Isso ocorre porque não existe um órgão específico do governo paraguaio no combate à pirataria.

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