São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997
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Motta comanda a abordagem do governo FHC a congressistas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, é o principal comandante da tropa de choque do governo pró-reeleição. Como "primeiro-amigo" e ministro com licença para falar sobre qualquer assunto, Motta acompanha tudo de perto e faz relatos detalhados para FHC.
No domingo, acompanhou minuto a minuto a Convenção Nacional do PMDB. Quando o governo soube que havia tomado uma rasteira, telefonou para o celular do deputado federal Marcelo Barbieri (PMDB-SP), que comandava os trabalhos. Aos berros, Motta disse que Barbieri estava cometendo um erro e que iria se arrepender do que acabara de fazer.
O ministro também é um dos poucos receptores das planilhas de votação da reeleição, que mostra para poucas pessoas. Muitas vezes, revela apenas parte do que sabe.
Até a semana passada, quando o governo ainda dizia que votaria a reeleição em plenário com certa facilidade, Motta preparava listas de deputados para serem contatados pelos colegas dos ministérios.
O ministro das Comunicações acumulou uma lista de pedidos de deputados em sua área. Começou a atendê-los no início deste ano com mais intensidade.
Um deputado que pede para não ter o seu nome revelado, diz ter sido atendido por Motta no início deste mês. Queria que fosse demitido um funcionário de uma estatal de telecomunicações. O pleito era de julho de 96. O deputado se dizia contra a reeleição. Agora, atendido por Motta, a defende.
Uma das condições assumidas por Motta para coordenar as articulações da reeleição em nome de FHC foi permanecer em silêncio.
O único erro de Motta foi quase fatal. Sua campanha pela retirada da candidatura de Iris Rezende (PMDB-GO) à presidência do Senado foi o estopim da crise entre governo e peemedebistas.

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