São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997 |
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Diretor diz que falta hospital
MAURO TAGLIAFERRI
A opinião é do diretor-clínico do Hospital São Paulo, José Medina Pestana. Além dos recursos, ele identifica uma falta de cultura, da parte dos médicos, de se requisitar doações. "O que acontece é que a família não é consultada. Nos hospitais que não realizam transplantes sistematicamente, não há um conceito estabelecido de abordar os familiares de todos os pacientes com morte encefálica", disse. Um fator de inibição seria o perfil do doador médio: em 80% dos casos, são homens, de 15 a 45 anos, e que morrem em consequência de acidentes ou assassinatos. Ou seja, os médicos achariam que a família está chocada demais para se pedir a doação. Segundo Pestana, a cidade de São Paulo precisaria de pelo menos mais dez hospitais com capacidade de realizar transplantes costumeiramente. Ele contou que hoje só há cinco unidades hospitalares na capital, conveniadas as Sistema Único de Saúde (SUS), com esse procedimento. "O transplante faz parte do problema da saúde no Brasil. Hoje, ele está vinculado aos hospitais universitários, que não recebem o bastante do SUS, mas têm fontes alternativas de renda para manter os programas de transplantes." O hospital que Pestana dirige, por sinal, é acoplado à Escola Paulista de Medicina. (MT) Texto Anterior: Hospitais continuarão a pedir permissão Próximo Texto: Região de Ribeirão tem três casos de dengue; DER recupera estradas no litoral norte de SP; Polícia amplia busca a sequestradores; 20 presos fogem em Belo Horizonte Índice |
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