São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997 |
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Por uma bicicleta
EDUARDO OHATA Os lutadores começam a praticar o boxe pelos mais variados motivos.Para alguns, como Mike Tyson, foi uma forma de abandonar o mundo do crime. Outros se iniciam no esporte para manter uma tradição de família. Eder Jofre, fruto de uma família de pugilistas, é um dos exemplos que vêm à mente. Já o norte-americano Tracy Spann -que chegou a disputar o título dos leves- achava que as garotas se "amarrariam" em um armário cheio de troféus. O interesse pelo sexo oposto foi sua grande motivação. Há os casos curiosos. Vinny Pazienza, ex-campeão em duas categorias, começou a treinar inspirado no filme "Rocky". Pazienza saiu do cinema e foi "direto para a academia". Finalmente, existem aqueles que sobem ao ringue por total obra do acaso. Em 1954, um garoto de 12 anos entrou no ginásio de boxe Colúmbia, na cidade americana de Louisville. Estava à procura de um policial que dava aulas naquele local. Não tinha o menor interesse pelo boxe. Na verdade, estava lá para prestar queixa sobre o desaparecimento de sua bicicleta. Enquanto explicava o problema ao policial, o garoto observava a intensa movimentação naquele ginásio. Os atletas faziam exercícios de ringue e se exercitavam nos aparelhos. Aquilo despertou a curiosidade do garoto. Da bicicleta, nunca mais se ouviu falar. Mas o garoto voltou à academia na semana seguinte. "Quero ser lutador, assim não me roubam novamente." O garoto, que na época pesava pouco mais de 50 quilos, acabou se tornando um grande lutador. Ganhou uma medalha de ouro olímpica. Conquistou por três vezes o cinturão mundial dos pesados. O nome do garoto da bicicleta -que completa hoje 55 anos- era Cassius Clay, mais tarde Muhammad Ali. Texto Anterior: Grandes patrocínios viraram necessidade Próximo Texto: De La Hoya 1; De La Hoya 2; Ridículo Índice |
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