São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997
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Sandra de Sá volta modernizada ao disco

LUIZ ANTÔNIO RYFF
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Aos 41 anos de idade, 16 de carreira e 12 discos lançados, a cantora Sandra de Sá resolveu dar uma modernizada com seu novo álbum, "A Lua Sabe quem Eu Sou".
Sandra prefere dizer que o disco é a afirmação de sua personalidade. "Estava faltando firmeza", diz. De qualquer forma, diferentemente da última grande mudança -quando mudou o nome artístico e acrescentou um "de" entre nome e sobrenome-, a atual não é um recurso cosmético.
Conhecida como excelente cantora com repertório que não lhe faz justiça, Sandra resolveu mudar o repertório. Ela recebeu uma música inédita de Carlinhos Brown, o funk "Ecânico", e outra de Herbert Vianna, "Vamos Viver".
"Eram pessoas que eu sempre tive vontade de gravar, e só agora surgiu a oportunidade". O disco tem regravações de "Telefone", sucesso da Gang 90, e "Sozinha", de Peninha, além de duas músicas do roqueiro português Pedro Abrunhosa -um cult na terrinha.
O disco traz "Ilusões", uma versão feita por Ronaldo Bastos e Sandra para "Waterfalls", do TLC.
Não é a única. Há duas versões de "Fame", sucesso na voz de Irene Cara, que, a pedido do publicitário Washington Olivetto, virou "Soul de Verão" nas mãos de Nelson Motta e tema da propaganda dos chinelos Rider.
"Soul de Verão" causou o atraso do disco, que tinha lançamento previsto para novembro e foi adiado para a música entrar. A faixa também ganhou versão reggae.
Sandra diz que gastou vários meses com o produtor Guto Graça Mello para escolher as músicas do disco. Chegaram a gravar 18. Entraram 12.
O cuidado com o repertório não foi a única grande diferença. Sandra trocou de gravadora -da BMG à Wea-, de empresário e até de banda. Ela usa uma imagem para explicar a situação: diz que cansou de fazer pequenos remendos na casa. "Derrubei a casa para fazer outra".
Voz irritante
A gravadora resolveu acreditar no potencial da cantora e investiu na produção do disco. "Tive uma liberdade que nunca tive. Fiz o disco que sempre quis fazer". diz.
Pôde, por exemplo, gravar pela primeira vez que gravou nos EUA, em Los Angeles. Lá ela contou com o auxílio de diversos músicos de estúdio locais, entre eles o baixista Nathan East, conhecido por seu trabalho com Eric Clapton.
Sandra também pôde cantar em tons mais graves. "Havia uma época em que a minha voz estava me irritando um pouco. Estava soando desagradável cantar um disco todo em tons altos", afirma.
O melhor exemplo desse uso de voz está em "Não Adiantou Saber", uma versão de Ronaldo Bastos e Sandra para "I Might Be Crying", de Tanita Tikaram, que estará na trilha sonora da próxima novela global das 20h.
Sandra não gosta, contudo, da palavra "mudar". Prefere definir seu disco como uma evolução. E jura que não renega nada do que fez no passado.

O jornalista Luiz Antônio Ryff viajou a convite da gravadora Wea.

Disco: A Lua Sabe quem Eu Sou
Artista: Sandra de Sá
Lançamento: Wea
Quanto: R$ 18, em média

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