São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997
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Coppola faz o moderno

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

"Blow Up" da loucura conspiratória norte-americana, "A Conversação", exibido no Telecine na madrugada de sábado, às 2h, traz Francis Ford Coppola fora do registro épico, mas em nenhum momento menor.
Temos Gene Hackman na pele de um mestre em escutas feitas para investigações. Uma espécie de artista do som e da espionagem, sua vida termina em desespero e loucura depois que registra um assassinato.
O tema é rapidamente jogado aos olhos do espectador. A verdade é sempre anunciada, mas em momento algum se apresenta ou se revela em sua essência. Coppola então pergunta, como todos já fizeram um dia, qual a diferença entre o fato e a invenção.
Ele vasculha a zona intermediária entre esses dois conceitos e retorna não com uma solução, mas com a idéia de que devemos aceitar a noção de que uma verdade não se prova. Apenas se admite.
Como escreveu o crítico francês Jean Tulard, a "A Conversação" é um filme moderno, por demais moderno.
(MR)

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