São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997
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Tribunal aprova reeleição de Fujimori

IGOR GIELOW
ENVIADO ESPECIAL A LIMA

O Tribunal Constitucional do Peru, corte suprema do país, abriu o caminho jurídico para uma nova candidatura de Alberto Fujimori à Presidência.
O tribunal julgou, por quatro votos contra três abstenções, improcedente a ação de inconstitucionalidade apresentada pelo Colégio dos Advogados de Lima, que visava impedir a nova candidatura.
Fujimori assumiu o poder em 1990. Em 1992, fechou o Congresso do país sob pretexto de moralizar a administração pública e promoveu alterações profundas na Constituição -permitindo inclusive apenas uma reeleição.
Virtualmente anulando a oposição, Fujimori reabriu o Congresso e foi reeleito presidente em 1995.
A situação no Parlamento, porém, considera que o atual mandato de Fujimori é o primeiro sob as novas regras de 1992 -logo, ele poderia postular novamente ao cargo em 2000, como se fosse concorrer à primeira reeleição.
A ação do Colégio dos Advogados dizia que a interpretação é inconstitucional.
Confusão
O anúncio da decisão ocorreu em meio a uma confusão política.
Inicialmente, o tribunal só iria divulgar a sentença após o fim da crise dos reféns em Lima -que hoje completa um mês.
Anteontem, porém, a juíza Delia Revoredo Marsano de Mur, do tribunal, acusou a polícia secreta de roubar documentos pertencentes a ela e a outros três juízes.
Entre os documentos roubados, disse a juíza, estava a sentença sobre a reeleição.
O governo não comentou o caso. Ontem, o tribunal evitou estabelecer ligação entre a denúncia da juíza e a sentença final. A juíza foi uma das que se abstiveram.
Reféns
A negociação para pôr fim à crise dos reféns de Lima voltou à estaca zero ontem.
O governo recusou o pedido do MRTA (Movimento Revolucionário Tupac Amaru) de aceitar mediadores da Guatemala e de um país europeu na comissão para negociar a libertação dos 74 reféns que estão em poder do grupo na casa do embaixador japonês.
O pedido dos terroristas veio como condição à formação da comissão, proposta pelo governo.
O MRTA também queria a discussão de sua principal reivindicação, a libertação de membros do grupo presos. Isso já havia sido negado.
Além disso, o negociador Domingo Palermo afirmou que estão suspensas todas as visitas a presos do MRTA em cadeias peruanas.

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