São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 1997
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Campanha publicitária; Reeleição; Dilema petista; Segunda classe; A fila do IPVA; Louvação; Sexo underground

Campanha publicitária
"Parabéns a quem fez esses 'Os presidentes'. A quem quer que tenha bolado essas cinco páginas de campanha pela reeleição.
Ah, meu Deus, obrigado pelo humor."
Tom Zé, cantor e compositor (São Paulo, SP)
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"Espetacular, excepcional e digna de muitos aplausos a nova propaganda da Folha intitulada 'Os presidentes'.
O ápice, a meu ver, é quando se referem ao Collor como sendo o 'presidente da cascata'. Parabéns!"
Gracindo Caram (São Paulo, SP)
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"A Folha está de parabéns pela excelente campanha publicitária que está sendo veiculada na televisão.
Quem acompanhou a história do país sabe o que está acontecendo e não poderia se manifestar de maneira diferente num momento como este."
Milton Peixoto Luna (Campinas, SP)

Reeleição
"O momento mostra mais razoável a consulta popular ampla a respeito da reeleição em geral, não apenas para cargos do Executivo, mas também para os do Poder Legislativo.
A população pode ter agora a oportunidade que nunca lhe foi dada de manifestar o que pensa a respeito do tema.
Tem o governo a oportunidade histórica de consultar os eleitores em vez de propiciar aos parlamentares decisão em causa própria.
Que tenha a ousadia de fazê-lo mediante plebiscito no qual cada um de nós possa dizer o que pensa de reeleição para cada cargo eletivo, não apenas para os cargos do Poder Executivo."
Urbano Ruiz, presidente do conselho executivo da Associação Juízes para a Democracia (São Paulo, SP)
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"Um mandato para FHC já é muito! Quanto mais dois! O Brasil só cresce em um horário, o horário do 'Jornal Nacional' da Globo.
O mais incrível é o esforço brutal da imprensa em querer santificar o presidente FHC."
José Carlos Ferreira da Silva (São Caetano do Sul, SP)
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"Agora estou entendendo os cinco dedos da campanha de FHC: um dedo, o Proer; os quatro restantes, mais um mandato presidencial a si próprio.
Por que não incluir na campanha plebiscitária desta Folha sobre reeleição a desobrigatoriedade de votar? Seria a vitória da cidadania sobre a promiscuidade político-eleitoral."
Carlos César M. Codorniz (Juiz de Fora, MG)

Dilema petista
"PT ou não PT. O dilema shakespeariano, colocado já no título do artigo de Otavio Frias Filho (9/1), é uma síntese primorosa e certeira da encruzilhada em que se encontra o Partido dos Trabalhadores.
As vertentes identificadas no artigo são todas reais.
Mas a questão fundamental é a que está posta no 'ser ou não ser'. Até porque existem outras vertentes no PT. Há os que apostam na possibilidade de reinscrever as promessas originárias do PT, como expressão da organização popular e instrumento do alargamento da cidadania.
O que, além de salvífico para os socialistas, pode ser uma boa notícia para os democratas como Otavio Frias Filho que, neste e noutros artigos, vem revelando um saudável ceticismo com relação ao 'otimismo acachapante que reúne governo, a mídia e a classe média que vai às compras em Miami'."
Milton Temer, deputado federal pelo PT-RJ (Brasília, DF)
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"Sobre o artigo 'PT ou não PT' (9/1), de Otavio Frias Filho: é muito bom ver a lucidez na mídia.
A meu ver, a existência do PT nestes anos de sua existência ajudou o país. A não ter, por exemplo, 'senderos luminosos'.
Embora não seja coincidência que exatamente nesta fase cadente do PT tenha emergido, com vigor e com autonomia, o movimento dos sem terra."
Osvaldo Assef (São Paulo, SP)

Segunda classe
"Causa indignação e revolta o artigo escrito pela colunista Barbara Gancia em 8/1 intitulado 'Preço alto é a única forma de frear o malcriado'.
Resta claro que a colunista utilizou a expressão 'malcriado' para designar os cidadãos de baixa renda deste país, que, segundo sua tese, deveriam ser impedidos de frequentar nossas praias, por meio de um aumento dos preços dos produtos e serviços no litoral.
Tal visão, além de preconceituosa, também é equivocada, quando sabemos que a falta da educação está democraticamente espalhada por todos os setores da nossa sociedade, inclusive entre as classes mais abastadas.
Ora, não podemos admitir a existência de cidadãos de primeira classe, com direito a um lugar ao sol, e de cidadãos de segunda classe, sem tal direito."
Marcelo Espinosa (São Paulo, SP)

A fila do IPVA
"Foi só o sr. Covas anunciar que estava realmente governando para meter-se na embrulhada do IPVA.
Verdadeira incompetência, submetendo milhares de pessoas a filas intermináveis. Se isso é governar, continue como estava, sem fazer nada. A população agradece."
Carlos Augusto Vieira de Moraes (São Paulo, SP)

Louvação
"Na louvação ao governo FHC em que a Folha encontra-se empenhada ultimamente, nada se tem dito sobre a questão do preocupante crescimento da dívida pública do Brasil.
Essa dívida, como consequência principalmente dos juros escorchantes a que está sujeita, atinge hoje o montante absurdo de algo como US$ 260 bilhões, ou seja, 30% do PIB do Brasil.
Por mês, o governo deve despender, só com juros, mais ou menos US$ 5 bilhões, isto é, o que se pretende obter com a inexplicável venda da Vale do Rio Doce.
Por que esse grave problema nem sequer foi mencionado nos editoriais publicados pela Folha e por boa parte da grande imprensa brasileira nos seus editoriais e análises de fim de ano?
Por que a Folha não tem usado uma designação para o governo FHC semelhante à designação 'república do pão de queijo' usada quando do governo Itamar Franco?
Ou a Folha não considera o Malan e o Kandir como uma dupla caipira, a exemplo do que vocês fizeram com o Paulo Haddad e o Krause?
O bairrismo da Folha está depondo muito contra a imparcialidade que é desejável num grande jornal."
Aloísio de Araújo Prince (Belo Horizonte, MG)

Sexo underground
"A reportagem 'Sexo underground' (3/1), além de ser uma bobagem, de interesse restrito a uma microminoria (100, 200?), ganha a primeira página do caderno acompanhada de 'instruções de uso'.
Quantos de nós, leitores da Folha, se interessam por 'body branding'? Quantos desejam que o jornal que assinam traga instruções sobre 'como ter uma cicatriz bastante forte e clara'?
É bom, ao pautar essas 'novidades', lembrar que pré-adolescentes e adolescentes em geral são ávidos por desafios. E se os pais ficarem chocados, melhor."
Marcia Sauchella (São Paulo, SP)

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