São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 1997
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Quércia pressiona bancada a não votar já

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-governador Orestes Quércia está organizando um movimento para pressionar a bancada federal do PMDB a não votar a emenda da reeleição antes de 15 de fevereiro.
Quércia passou o dia de ontem ligando para dirigentes regionais do partido. A idéia é que, já na próxima segunda-feira, lideranças estaduais da legenda promovam reuniões para a tirada de manifestos que serão dirigidos aos deputados peemedebistas.
"É uma pressão democrática para que o resultado da convenção seja obedecido", disse Quércia.
Entre outros, receberam ontem ligações do ex-governador paulista lideranças do PMDB de Minas, Bahia e Rio Grande do Norte.
Em São Paulo, Quércia reúne seus liderados na segunda-feira, em seu escritório político, para um ato político contra a reeleição.
Sarney
O ex-presidente José Sarney foi um dos interlocutores de Quércia ontem e anteontem. "Senti o presidente Sarney muito firme na disposição de apoiar a decisão da convenção do PMDB", declarou Quércia.
Além do presidente do Congresso, Quércia telefonou para os senadores Iris Rezende (GO), Jader Barbalho (PA) e Ronaldo Cunha Lima (PB). O senador paraibano conversou com Quércia logo depois de falar com o presidente Fernando Henrique Cardoso.
"O Cunha Lima e os outros senadores vão resistir a todas as pressões para que a emenda da reeleição seja votada antes do que estabeleceu a convenção", acha Quércia.
O ex-governador só não teve a mesma impressão da conversa com o líder Michel Temer (SP). Candidato à presidência da Câmara, Temer foi claro com Quércia ao dizer que a intenção do governo é mesmo votar a emenda, em primeiro turno, até o final do mês.
"O governo vai se arrebentar se insistir em votar a emenda antes do prazo fixado pelo PMDB", disse Quércia.
Em carta que enviou ontem a peemedebistas de todo país, Quércia pede que sejam dirigidas mensagens aos líderes das bancadas na Câmara e no Senado. "O partido apóia o governo na administração, aprovando os projetos de seu interesse, mas, nos assuntos fundamentais, como é a questão da reeleição, tem de respeitar a sua convenção nacional", diz um trecho do documento quercista.
O presidente do PMDB, Paes de Andrade (CE), deixou Quércia de sobreaviso para uma eventual reunião das principais lideranças partidárias no início da próxima semana, em Brasília.
A idéia em estudo é a elaboração de um manifesto conjunto pedindo a unidade do PMDB, o que no entender dos senadores peemedebistas e de Quércia passa pelo respeito às decisões da convenção.

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