São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 1997 |
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Exame exigiria R$ 176 milhões
DA REPORTAGEM LOCAL O alto preço do exame PSA (Prostate Specific Antigen ou Antígeno Específico da Próstata), que detecta no sangue uma proteína produzida pelo tumor na próstata, faria faltar recursos para sua aplicação em toda a população brasileira de risco para a doença.Cada PSA custa R$ 100 em clínica particular, em média, e R$ 15 no Instituto Nacional do Câncer. Se fosse aplicado nos 11,7 milhões de homens com 50 anos ou mais consumiria R$ 176 milhões pelo preço oficial. Com biópsias, tratamentos e cirurgias que apareceriam, os gastos podem chegar a R$ 1,5 bilhão, segundo especialistas. É mais de 10% do orçamento do Ministério da Saúde em 1996 (R$ 14,1 bilhões). "Nenhum país aguenta isso", afirma Marcos Moraes, 60, diretor-geral do Instituto Nacional do Câncer. Além disso, diz, não está provado se vale a pena fazer o exame em todos com mais de 50 anos. Na prática, só homens da classe média para cima fazem esse tipo de exame, segundo Orlando Praun Jr., 54, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia. "Pobre acaba morrendo", afirma. O exame de PSA é recomendado porque detecta com mais precisão o tumor. O exame de toque retal, no qual o médico apalpa o ânus do paciente com o dedo, falha em 30%, 40% dos casos, segundo Miguel Srougi. Com exame de toque associado ao PSA, as falhas não passam de 10%. Mesmo com a melhora no diagnóstico, Miguel Srougi estima que o número de mortos é quatro ou cinco vezes maior do que as registradas. Em vez de 5.256 mortes em 1994, seriam entre 20 mil e 25 mil. Texto Anterior: Mulheres incentivam maridos a fazer o exame Próximo Texto: Cheia ameaça 400 famílias no interior de São Paulo Índice |
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