São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 1997 |
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Guarujá começa 'operação caça-esgoto'
FAUSTO SIQUEIRA
A medida foi anunciada pelo vice-presidente do Litoral da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Oswaldo Aly. Aly e o prefeito Maurici Mariano (PTB) assinaram ontem o protocolo de intenções que instituiu a Operação Caça-Esgoto. A operação vai começar pela região da praia da Enseada, uma das mais afetadas pelo esgoto clandestino que chega ao mar por meio de canais e córregos. A exigência de construir saída regular de esgoto poderá incluir imóveis de alto padrão nas zonas nobres do Guarujá. Nas visitas às casas, os técnicos vão despejar um corante no vaso sanitário e apertar o botão de descarga. O objetivo é identificar se o esgoto está regularmente ligado à rede coletora ou se está sendo lançado clandestinamente nas galerias de água pluvial. Se o corante sair pelas galerias, o proprietário terá um prazo -de 90 a 120 dias, segundo Aly- para fazer a ligação correta. Após esse prazo, estará sujeito a multa. O dono terá de fazer as adaptações necessárias na tubulação interna para desaguar o esgoto. A interligação dessa tubulação à rede coletora, externamente ao imóvel, é responsabilidade da Sabesp. Segundo a Sabesp, Guarujá tem 42,5% das casas atendidas pela rede coletora de esgotos, interligada ao emissário submarino da cidade, que deveria lançar o esgoto em alto-mar (a 4.500 m da praia). Nas casas dos bairros onde não há rede coletora e o esgoto é lançado em fossas, os monitores verificarão o estado das fossas. Segundo o vice-presidente da Sabesp, os resultados da operação deverão começar a aparecer -como melhor qualidade da água das praias- só no próximo verão. Além da Operação Caça-Esgoto, a Sabesp informou que iniciará um levantamento das habitações situadas em áreas de ocupação irregular, na encosta dos morros. O levantamento servirá de base para a implantação de redes coletoras de esgoto de emergência. A empresa formou um grupo técnico com dez especialistas, que terá a missão de estudar o plano de coleta de esgotos no Guarujá. Para o presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Guarujá, José Manoel Ferreira Gonçalves, o caça-esgoto vai "maximizar" as ligações na rede coletora, mas não resolverá o problema da poluição das praias. Segundo ele, são necessários investimentos para ampliar o alcance da rede coletora e fazer o tratamento do esgoto lançado no mar. Texto Anterior: Necessidade da obra é consenso Próximo Texto: Escola cria banheiro para travestis Índice |
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