São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 1997
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CPMF deve ter pouco impacto sobre preço

SÉRGIO LÍRIO

SÉRGIO LÍRIO; FÁTIMA FERNANDES; CLÁUDIA PIRES; DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Aumento da concorrência vai pressionar empresas a absorver custos, afirmam empresários e economistas

O impacto da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) sobre os preços deve ser pequeno, prevê a maioria dos empresários e economistas ouvidos pela Folha.
O aumento da concorrência e a necessidade de manter preços competitivos são os fatores que irão pressionar as empresas a absorver os custos adicionais da CPMF, que começa a ser cobrada no dia 23.
"Não há espaço para aumento de preços. A competição está muito acirrada", diz Romulo Isaia, diretor de planejamento da rede Ponto Frio.
O diretor financeiro do grupo Samello, Paulo Xavier, segue o mesmo raciocínio. "A competição é grande e seremos obrigados a absorver esses custos", disse.
Segundo Xavier, a Samello não repassou os gastos com a contribuição para as tabelas de preços de 97, que já estão prontas.
Synésio Batista da Costa, da Abrinq (associação dos fabricantes de brinquedo), acha que as empresas terão que fazer um enorme esforço para segurar os preços.
A solução, afirma, será aumentar os ganhos de produtividade para compensar os gastos adicionais.
"Os consumidores vão deixar de lucrar. Os ganhos de produtividade, que iriam ajudar a reduzir os preços, vão apenas servir para cobrir os custos com a CPMF", diz.
O economista da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo, acredita que as empresas brasileiras serão obrigadas a incorporar a maior parte dos custos.
Caso contrário, afirma, vão perder competitividade em relação aos produtos estrangeiros. Para ele, a CPMF é um contra-senso, já que o governo vinha se esforçando para reduzir custos de produção.

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