São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 1997
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Primeira impressão

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

Graças às limitações impostas pela FIA nos testes a partir desta temporada, as equipes da F-1 se esforçaram para adiantar seus cronogramas neste janeiro.
Até mesmo a sempre atrasada Ferrari concluiu seu carro a toque de caixa para poder entregá-lo mais cedo a Schumacher.
E, nesta semana, os ensaios começaram pra valer em Jerez. O número de times cresce a partir de amanhã, dia em que a Stewart, pela primeira vez, enfrentará a comparação direta.
Até ontem, porém, muito pouco foi revelado na pista espanhola. Prematuros, os modelos 97 passaram mais tempo nos boxes do que no asfalto. Sem falar da chuva, que prejudicou boa parte dos programas.
De qualquer forma, quem começa antes tende achar mais cedo as soluções. É a regra.
Notável exceção, a Williams só deve colocar o FW19 na pista, de verdade, em fevereiro.
De duas, uma. Ou a equipe chegou a um tal grau de excelência que pode, ao contrário das demais, prescindir de uma semana de testes, ou a coisa, como alguns desconfiam, está enrolada mesmo.
O carro está pronto, mas o programa de desenvolvimento deve sentir a ausência de Adrian Newey. O projetista, como se especulava, foi procurado por Ron Dennis.
O time entrou na Justiça inglesa para reter o passe do empregado, e no final das contas o sujeito está na geladeira até que o impasse seja solucionado.
Além disso, acredito que o tal julgamento do caso Senna, marcado para 20 de fevereiro, tem sua parcela de culpa.
Mesmo que não dê em nada, causa expectativa. Frank Williams e Patrick Head estão, provavelmente, gastando preciosas horas de trabalho conversando com um monte de advogados e técnicos.
Pode até não afetar o ritmo da temporada. Mas que alguns décimos de segundo de Villeneuve e Frentzen ficarão comprometidos, é líquido e certo.

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