São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 1997 |
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La Plata promete guerra contra "Sete Anos no Tibete'
RODRIGO BERTOLOTTO
Tudo isso por causa da revolta dos comerciantes das ruas próximas da estação ferroviária da cidade, escolhida pela produção do filme "Sete Anos no Tibete" para ambientar uma estação austríaca de meados da década de 30. Um grupo de 30 donos de lojas entraram com uma ação na Justiça e querem que a Tri Star Columbia Pictures pague o prejuízo pelo fechamento de seus locais. Os lojistas pedem de US$ 100 até US$ 30 mil para compensar as portas abaixadas por três dias. Alguns deles estão dispostos a negociar, mas há um grupo de quatro comerciantes que já contratou os "barras-bravas" das torcidas do Estudiantes e do Gimnasia y Esgrima, times na primeira divisão do Campeonato Argentino. Registro: no último enfrentamento entre essas torcidas, houve um garoto morto à bala. Suásticas Por seu lado, a prefeitura de La Plata, que é a capital da Província de Buenos Aires, decidiu apoiar a filmagem, garantindo policiamento e fechamento do trânsito nas ruas vizinhas à estação de trem. A estação já está decorada com bandeiras vermelhas e suásticas, para reproduzir sua similar de Viena sob o governo nazista. As cenas a serem gravadas em La Plata mostram Brad Pitt, no papel do alpinista austríaco Heinrich Harrer, em sua saída da Áustria rumo à Índia e à cordilheira do Himalaia. Filme "Sete Anos no Tibete", dirigido pelo francês Jean Jacques Annaud ("O Nome da Rosa"), é uma adaptação do livro do mesmo nome escrito por Harrer. O alpinista relata a viagem para a Ásia, sua prisão na Índia por tropas inglesas assim que inicia a Segunda Guerra Mundial e a fuga para o Tibete. Lá, Harrer vive sete anos na cidade proibida de Lhasa, até a invasão chinesa em 1950. O filme, que tem um orçamento de US$ 60 milhões e trilha sonora de John Williams, deve estrear nos EUA em outubro. Bolivianos e tibetanos Suas filmagens foram iniciadas em setembro do ano passado, em outra província argentina, Mendoza, escolhida por sua paisagem parecida ao Tibete. Para lá, foram levados alguns monges tibetanos -a população fictícia do país asiático foi completada com algumas centenas de figurantes bolivianos. No plano de filmagem, a locação para reproduzir uma estação de trem vienense era Santiago (Chile), mas pelo alto custo foi mudada. Em dezembro, foram arregimentados entre os platenses mais 300 extras, mas, desta vez, eles precisavam se parecer com austríacos. Atraídos pelo cachê de US$ 40 diários, muitos desempregados (17,3% dos argentinos não têm emprego) que não cumpriam as exigências da produtores engrossaram fila para a seleção. Texto Anterior: Conheça os principais indicados Próximo Texto: Arquivo do Estado muda para prédio em obras Índice |
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