São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 1997
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Perito diz na TV que carro não foi limpo

CRISTINA GRILLO
FERNANDO PAULINO NETO

CRISTINA GRILLO; FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

Pela manhã, em entrevista ao telejornal "Bom Dia Rio", da Rede Globo, o perito Mauro Ricart disse que a perícia feita no banco traseiro do carro de Guilherme de Pádua não havia detectado indícios de sangue ou de que o local tivesse sido lavado.
No final da manhã, poucas horas depois da entrevista, ele foi internado no hospital Samaritano, em Botafogo (zona sul do Rio), com uma crise renal, segundo sua mulher, Danúsia Ramos. No final da tarde, foi dispensado do depoimento pelo juiz José Geraldo Antônio, por telefone.
No momento em que recebeu o telefonema do juiz, Ricart já estava se preparando para deixar o hospital e ir depor, segundo informou o defensor público Luís Paulo Guimarães, que acompanhou a oficial de Justiça Cláudia Justino ao hospital. Com o cancelamento do depoimento, ele continuou internado.
Na entrevista, o perito disse ter certeza de que o banco traseiro do Santana de Guilherme de Pádua não havia sido lavado. Na época do crime -dezembro de 1992-, Ricart era diretor do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, órgão da polícia do Rio responsável pelas perícias criminais.
Segundo Ricart, mesmo que a substância usada para lavar o banco -uma mistura de água e querosene, de acordo com a acusação- já tivesse secado, haveria sinais na parte interna do estofamento.
Segundo Ricart, caso o banco tivesse sido lavado, haveria manchas ou umidade no interior do estofamento. O perito disse que o interior estava totalmente limpo e seco.
Ricart garantiu que, durante a perícia, para ter a certeza que o banco não havia sido limpo, determinou que fosse feito um corte vertical no estofamento do banco.
Ainda durante a entrevista ao telejornal, Mauro Ricart afirmou que os testes de visibilidade feitos na época do crime concluíram que, nas condições de iluminação do local onde Daniella Perez foi morta, seria impossível que o advogado Hugo da Silveira tivesse visto uma mulher com as características físicas de Paula Thomaz.
Silveira foi a pessoa que anotou a placa dos carros parados no local onde a atriz foi morta -além do Santana, o Escort de Daniella. Em seu depoimento, dado à época do crime, ele havia afirmado ter visto dentro do Santana um homem e uma mulher, que mais tarde identificou, por meio de fotografias, como sendo Paula Thomaz.

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