São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 1997
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Parmalat recua e dá só ajuda mínima

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

A crise política que vive o Palmeiras fez a Parmalat recuar na ajuda que dá ao clube.
Enquanto as brigas internas prosseguirem, a multinacional italiana irá se limitar a transferir ao Palmeiras recursos exigidos pelo contrato de co-gestão.
Entre recursos pelo patrocínio da camisa e complementação de salários de jogadores, a empresa gasta cerca de R$ 600 mil por mês.
Anteontem à noite, Seraphim del Grande, vice-presidente licenciado do Palmeiras, conseguiu liminar impedindo Mustafá Contursi de ser aclamado presidente.
Os dois estão rompidos desde o final do ano passado. Eles haviam feito um "acordo de cavalheiros", pelo qual Mustafá apoiaria Seraphim como seu sucessor na presidência do clube.
Depois de cumprir dois mandatos como presidente, porém, Mustafá rompeu o acordo e decidiu ser candidato mais uma vez.
Em reunião em 16 de dezembro, os estatutos do clube foram alterados para que Mustafá concorresse ao terceiro mandato. Mas, ontem, a liminar obtida por Seraphim cancelou provisoriamente as mudanças estatutárias.
O primeiro problema prático entre Parmalat e Palmeiras, depois da liminar conseguida por Seraphim, deu-se na discussão do renovação do contrato de Galeano.
A Parmalat negou-se a ajudar o Palmeiras, pagando parte do salário do atleta. "A ordem que me deram é que só poderemos contar com recursos do Palmeiras para renovar com ele. Contávamos com ajuda da Parmalat", disse o diretor Sebastião Lapolla.
"Ele está desinformado. Claro que quem tem que negociar é o Palmeiras, o dono do passe do Galeano", rebateu José Carlos Brunoro, da Parmalat.
Desgaste emocional
A psicóloga Suzy Fleury esteve ontem no centro de treinamento para conversar com os jogadores sobre a crise na diretoria.
A equipe enfrenta o Botafogo, às 21h30, no Parque Antarctica, pelo Torneio Rio-São Paulo. No Rio, o time paulista venceu por 3 a 2.
Um empate classifica o Palmeiras para as semifinais, que serão realizadas no dia 28. As chaves serão definidas por sorteio.
Apesar de a psicóloga ter dito que a brigas política não influenciou o ambiente entre os atletas, vários estavam preocupados.
"É sempre chata uma coisa dessas. Prefiro trabalhar com tranquilidade, principalmente quando jogamos em casa, no Parque Antarctica", disse o goleiro Velloso.
O atacante Viola acha que a melhor resposta é a vitória. "Se perdermos, o pessoal vai cair em cima e o ambiente fica pior. No Parque Antarctica sempre tem pressão."
A novidade do time deve ser a entrada do volante Rogério, substituindo Galeano.
O técnico Telê Santana, que deve assumir a equipe em fevereiro, irá assistir ao jogo de hoje. Momentos antes da partida, ele deve fazer uma preleção aos jogadores.

NA TV - SBT, ao vivo, para o Rio

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