São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 1997
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Dirigentes se acusam

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

A liminar obtida por Seraphim del Grande, que cancelou provisoriamente as mudanças no estatuto do Palmeiras, revoltou Márcio Papa, presidente do Conselho Deliberativo.
"Acatamos a decisão da Justiça, claro, mas já tomamos as providências cabíveis", afirmou, referindo-se à ação do Departamento Jurídico do clube para cassar a liminar de Seraphim.
"O que nos revoltou no episódio foi que o senhor Seraphim Carlos del Grande participou da votação que alterou os estatutos e foi voto vencido."
A reunião, realizada em dezembro, decidiu pelas mudanças estatutárias por 225 votos a 23.
"Também nos deixou indignado o fato de ele ter recorrido à Justiça Comum. Deveria ter seguido as recomendações da Fifa, que defende a Justiça Desportiva como canal de decisão."
O presidente Mustafá Contursi não quis dar declarações. Ele avisou que irá se pronunciar hoje, às 17h30, em entrevista coletiva marcada para o Parque Antarctica.
Enquanto a Justiça decide o caso, Márcio Papa avisou que Mustafá continuará comandando o clube. "Os sócios têm que saber que o Palmeiras não ficará acéfalo, continuará funcionando normalmente."
Seraphim, por sua vez, negou que tenha intenção de ser candidato. "Pelo acordo que tínhamos feito, eu era candidato. Agora, não sou mais. Fiz o que fiz por defender a ordem e os regulamentos."
Se for cassada a liminar de Seraphim, a direção do clube deverá convocar nova reunião do Conselho Deliberativo, 15 dias após a publicação do edital.
Neste caso, porém, Seraphim e o conselheiro Gilberto Cipullo, seu aliado, defendem que Mustafá terá de deixar a presidência, já que seu atual mandato vence dia 30.
"Ele não poderá continuar comandando o Palmeiras enquanto a questão não for definida", disse Seraphim.
A derrocada
Uma das primeiras consequências do conflito entre Mustafá e Seraphim foi a queda do técnico Wanderley Luxemburgo.
Quando Mustafá decidiu mudar os estatutos e continuar no cargo, no final de novembro de 96, Luxemburgo, aliado de Seraphim, revoltou-se e, em dezembro, foi para o Santos.
Desde então as relações do clube com a Parmalat, que também tinha bom relacionamento com Seraphim, começaram a ficar estremecidas.
(JCA)

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