São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 1997
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Forte está destruído

JAIR RATTNER
DE LISBOA

O Brasil está deixando um monumento do século 17 ser destruído, desperdiçando um projeto criado por Viana de Lima.
Trata-se da proposta para a recuperação do forte do Príncipe da Beira, no município de Gujará-Mirim, em Rondônia, fronteira com a Bolívia.
Elaborado há 12 anos, o projeto continua na gaveta, e o forte, situado às margens do rio Guaporé, praticamente coberto pela mata.
O projeto é o resultado de um pedido do governo brasileiro à Fundação Gulbenkian, a mais importante de Portugal. Em 1983, o secretário da Cultura do governo federal solicitou à fundação ajuda para a restauração do forte, e a Gulbenkian ofereceu o projeto.
Segundo José Blanco, conselheiro da Gulbenkian, além de propor a recuperação do forte, o projeto de Viana de Lima previa a sua utilização como pousada, para evitar que fosse abandonado de novo.
Construído entre 1776 e 1783 por ordem do capitão-general da capitania do Mato Grosso, Luís de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, o Príncipe da Beira era uma das maiores fortificações criadas pelos portugueses durante o período colonial no Brasil. Com quase 120 metros de cada lado, tinha mais de 14 mil metros quadrados.
O objetivo do forte era dissuadir qualquer tentativa de invasão por parte dos castelhanos.
(JR)

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