São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997
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Testemunha dá detalhe diferente

DA SUCURSAL DO RIO; DOS ENVIADOS AO RIO

Primeira testemunha a depor no julgamento de Guilherme de Pádua, o ex-frentista Antônio Clarete de Moraes disse que limpou manchas de sangue no banco e no vidro traseiros do carro em que estava Guilherme de Pádua na noite em que Daniella Perez foi morta.
Ao responder às perguntas do advogado de defesa, Paulo Ramalho, Clarete deu detalhes diferentes dos que havia fornecido à polícia. Na época do crime, ele era frentista do posto Nova Ipanema.
Ramalho pediu que Clarete confirmasse serem autênticas as declarações que dera à polícia em 3 de agosto de 93 -sete meses depois do crime. Diante da confirmação do ex-frentista, o advogado começou a pressioná-lo, na tentativa de obter declarações contraditórias com aquele depoimento.
As perguntas eram feitas ao juiz, que refazia a questão à testemunha. À polícia, o ex-frentista havia dito que limpara a mancha do tapete, mas, no julgamento, disse que não conseguiu tirar a marca. Explicou então que "uma coisa é o tapete de borracha e outra é o carpete". "O tapete eu consegui limpar, mas não o carpete", disse.
Ele disse também que a mancha no banco traseiro era "quase no meio", embora anteriormente tivesse dito que era do lado direito.
Na sua fala, Clarete disse que tentou remover a mancha do banco com um pano seco, mas ela não saiu. Então, teria usado vários produtos, entre eles, um xampu e "uma colher de querosene".
Afirmou ainda ter visto uma mulher com Pádua, mas que ela teria ficado de costas para ele.
Sem lembrar do valor exato, o frentista disse que Pádua teria pago a ele o triplo do preço estabelecido para uma lavagem, o que fazia dele um cliente "especial".
Os promotores não fizeram perguntas a Clarete. O advogado de Pádua, Paulo Ramalho, pediu que a fala do frentista fosse enquadrada como falso testemunho. Questionado se conseguira desqualificar o depoimento de Clarete, afirmou: "É óbvio".

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