São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997
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Ministro prevê entrada de US$ 16 bilhões

DENISE CHRISPIM MARIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Francisco Dornelles (Indústria, Comércio e Turismo) afirmou ontem que o Brasil deverá receber neste ano US$ 16 bilhões em investimentos diretos (nos setores produtivos).
A estimativa de Dornelles é bem mais otimista que as feitas até agora pelo restante da área econômica do governo, que estimam em US$ 12 bilhões o ingresso de investimentos diretos em 1997.
No ano passado, entraram cerca de US$ 9 bilhões no país.
Os cálculos levam em conta a receita prevista com a privatização nos setores de transportes (portos, especialmente), energia, telecomunicações e petróleo.
Balança
Diante de empresários da CNC (Confederação Nacional do Comércio), Dornelles minimizou os efeitos do déficit da balança comercial em 1996 e declarou que a "situação externa do país é tranquila".
"Ninguém diz que prevíamos investimento direto de US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões e eles chegaram a US$ 9 bilhões no ano passado", completou.
Freio Dornelles também afirmou que não acredita que o governo adote medidas para a contenção do consumo e das importações por meio de aumento das taxas de juros ou restrições ao crédito.
"Seria completamente sem sentido qualquer medida de contenção do consumo, mesmo porque a indústria e as exportações seriam prejudicadas", afirmou Dornelles.
Na lógica do ministro, a restrição ao consumo provoca redução do volume de produção da indústria, aumento do custo do produto e, consequentemente, mais dificuldades para as exportações.
Segundo Dornelles, as exportações neste ano terão que crescer para compensar o aumento esperado nas importações.
EUA
Ontem, ele conversou com o subsecretário de Estado para Assuntos Interamericanos do governo dos Estados Unidos, Jeffrey Davidow, sobre as barreiras impostas aos produtos brasileiros e sobre a necessidade de maior equilíbrio na balança comercial entre os dois países.
Os Estados Unidos exportaram ao Brasil US$ 8 bilhões em 1995, quando vendiam apenas US$ 4,3 bilhões cinco anos antes.
As importações de produtos brasileiros seguiram outra corrente, diminuíram de US$ 7,5 bilhões para US$ 6,8 bilhões no mesmo período.

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