São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997 |
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A dignidade que resgata o atletismo canadense
CARLOS ALBERTO CAVALHEIRO
ou pelo menos que ninguém conseguiria obter maior sucesso, ou melhor desempenho, até a chegada do ano 2000. Entretanto, Donovan Bailey, jamaicano naturalizado canadense -a exemplo de Ben Johnson-, venceu no Campeonato Mundial e nos Jogos de Atlanta-96. E conseguiu também o que parecia impossível: bateu o recorde mundial dos 100 m rasos -que persiste até hoje-, marcando o tempo de 9s84. Donovan, além de conquistar vitórias, títulos e resultados expressivos, ainda recuperou a imagem do Canadá, abalada e manchada após se descobrir que Ben Johnson utilizava drogas, se dopava, para ser mais rápido que seus adversários. Donovan tem ainda outros atributos que lhe conferem respeito e dignidade. É um atleta que não perdeu a simplicidade, não deixando que seus resultados lhe subissem à cabeça -fato comum no terreno do atletismo mundial. É extremamente cordial com todas as pessoas, mostrando uma alegria tanto interior como exterior. Donovan já chegou a Manaus, no Amazonas, e estará participando da prova de 60 m rasos com os quatro melhores velocistas da atualidade. São corredores que obtiveram a medalha olímpica de bronze em Atlanta no revezamento 4x100. Uma grande festa, que, com certeza, será inesquecível. Esta será a primeira apresentação de Donovan em 1997, e o evento confirmará Manaus como capital do atletismo brasileiro e sul-americano. A corrida certamente terá grande interesse, pois, com o desafio marcado para maio contra Michael Johnson, valendo o título do melhor velocista do mundo, em uma prova de 150 m, toda a comunidade do atletismo estará ligada em Manaus hoje. Vale ressaltar que o duelo com o norte-americano Johnson, recordista mundial dos 200 m rasos, dará ao vencedor um prêmio em dinheiro de US$ 1 milhão. * Donovan Bailey, tecnicamente, é um atleta que possui uma saída de bloco excelente. Sua técnica de corrida é impressionante, mas o que determina a sua vitória é o poder de manter a aceleração nos 100 m. Consegue manter essa aceleração por longo período. Em Atlanta, parecia que todos os atletas estavam parados, estáticos. Era como se só Donovan corresse, tal a sua desenvoltura nos últimos 20 metros. Donovan ficará entre nós quatro dias e certamente será bem aproveitado, pois, no momento, a CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) está realizando em Manaus um camping de treinamento. O evento conta com a presença de 150 atletas e treinadores do Brasil e da América do Sul. Tem o objetivo de atingir a grande virada que a nossa área pretende realizar nos próximos quatro anos. Texto Anterior: Universidades correm por fora Próximo Texto: A diferença no canto Índice |
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