São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997
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Festival de quadrinhos homenageia Will Eisner

BETINA BERNARDES
DE PARIS

O Festival Internacional da História em Quadrinhos de Angoulême, na França, homenageia este ano autores como André Juillard, André Franquin, Will Eisner, George Herriman, Peyo e Miguelanxo Prado.
Ao todo, há 110 expositores, de 15 países, mostrando um panorama da HQ principalmente na Europa, mas sem esquecer do fenômeno que os quadrinhos representam no Japão.
O tema escolhido para essa 24ª edição do evento da chamada nona arte, que vai até domingo, é "História, de Histórias".
O norte-americano Eisner, 79, único autor de língua não-francesa a ganhar, ao lado do italiano Hugo Pratt, o grande prêmio do festival, é o convidado de honra.
Pai do personagem Spirit, conhecido mundialmente, Eisner foi influenciado por Fritz Lang, Humphrey Bogart e Guy de Maupassant.
O também norte-americano George Herriman, morto em 1944, ganhou uma exposição em sua homenagem.
O criador de Krazy Kat, personagem amado por Chaplin, Picasso e Gertrude Stein, terá originais de suas obras expostos e um catálogo à venda.
Japoneses
Outro que também recebeu a honra de uma exposição é André Juillard, que preside este ano o júri do festival.
Mestre do quadrinho histórico, Juillard se consagrou com a série "Les Sept Vies de l'Epervier". Os 50 anos das edições Lombard e do jornal Tintin também serão lembrados.
Um dos grandes acontecimentos do festival, entretanto, deve ser o "mangá", os quadrinhos japoneses.
Naquele país, as histórias são uma mania que se traduz por 3.000 títulos e 7 milhões de exemplares à venda por semana.
Em Angoulême estarão "Armagedon", de Hyun Se Lee, e "Dragon Ball", de Akira Toriyama, entre outros.
Os japoneses representam uma força no mercado francês de HQ, que conheceu em 96 um boom, impulsionado por obras como o último Asterix (que deve chegar ao Brasil em fevereiro), Blake & Mortimer e Gaston Lagaffe, cujo autor, Franquin, morreu duas semanas atrás.
Edição especial
O jornal francês "Libération" fez ontem uma edição especial tendo como inspiração o festival.
Todo o jornal foi ilustrado por 27 autores de HQ. As reportagens não traziam fotos, mas desenhos ou tiras em quadrinhos.
Na capa, um topetudo concebido por Margerin aparecia vendendo o jornal.
Dentro, em uma página sobre moda, por exemplo, o desfile de Lacroix foi ilustrado por uma elegante noiva de Blutch.

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